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Fundação Zoobotânica alerta para risco de acidentes com serpentes nesta época

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A Fundação Zoobotânica do Estado alerta para o período de temperatura elevada, onde aumenta o contato entre seres humanos e serpentes. Isso ocorre, especialmente, pela maior presença de pessoas no habitat das cobras e maior circulação das mesmas em busca de comida e de parceiros sexuais, a partir da primavera.

De acordo com dados do Centro de Informação Toxicológica, da Secretaria Estadual da Saúde, foram registradas 977 ocorrências de pessoas picadas em 2010 (nenhum óbito). A predominância (935 acidentes) ocorreu com a espécie Bothrops: Jararaca e Cruzeira.

Algumas características gerais de cobras venenosas são as fossetas loreais (orifício entre o olho e a narina que funciona como receptor do calor); pele com aspecto rugoso (a não venenosa tem pele lisa e brilhosa); cabeça com formato triangular. Outro detalhe, as cobras venenosas saem de suas tocas apenas no final da tarde e a noite.

A Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB) possui um centro especializado de pesquisa nesta área. O Núcleo Regional de Ofidiologia de Porto Alegre (Nopa) conta com cerca de 500 serpentes, sendo sete espécies peçonhentas (venenosas).

Um convênio com o Instituto Vital Brasil permite o envio da peçonha extraída. Dela é feita a produção de soro antiofídico, utilizado para neutralizar o efeito da peçonha em caso de acidentes por picada de serpentes. Em troca, a FZB recebe bolsistas para a realização de estudos científicos na área. O serpentário realiza exposições, educação ambiental, pesquisas na área da biologia de animais em cativeiro, além da extração da peçonha.

Importância
São predadores e presas, responsáveis pelo controle populacional de outros animais (ratos, por exemplo). O veneno é usado para fabricar medicamentos e remédio para pressão alta.

Ameaça às cobras
Matança indiscriminada e destruição do habitat. No Rio Grande do Sul estão ameaçadas de extinção a Jararacussu, a Cotiara e a Surucucu do Pantanal.

Como se prevenir?
Andar de botas ou perneiras, atenção ao colher frutas, redobrar cuidados nos locais de mata, campo e brejo, manter predadores naturais, atenção ao mexer em materiais empilhados, usar luvas em colheitas e jardinagem, ficar alerta próximo a rios e lagoas e maior atenção a noite.

O que fazer em caso de acidente?
Acalmar o acidentado e mantê-lo em repouso, lavar a área afetada com água e sabão e mantê-la elevada, levar o acidentado imediatamente para um hospital ou posto de saúde e, se possível, levar a cobra causadora do acidente para identificação.

O que não fazer?
Não fazer torniquete ou garrote, não colocar substâncias no local da picada (café, fumo, folhas, urina, etc), não cortar ou queimar o local da picada, não sugar o veneno, não ingerir bebidas alcoólicas ou outras substâncias. Atenção: só o soro cura a picada de cobra.

O soro
O soro não é vendido. Ele só pode ser aplicado em postos de saúde e hospitais. Em caso de acidente na região de Porto Alegre, procure o Hospital de Pronto Socorro (HPS) pelo telefone 192 ou, em qualquer parte do Estado, o Centro de Informação Toxicológica (CIT) pelo telefone 0800-780200.

Texto: Daniel Hammes
Edição: Redação Secom (51) 3210-4305

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