FZB investe na qualificação de futuros pesquisadores
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Alunos que estão cursando a graduação universitária têm a oportunidade de qualificar seus conhecimentos aliando a teoria com a prática. Na Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB/RS) dois programas buscam desenvolver o pensamento científico e a iniciação à pesquisa. O PIBIC e o PROBIC são financiados, respectivamente, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Cnpq) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). Desde 2003, sob a coordenação do Museu de Ciências Naturais (MCN) da FZB, mais de 100 estudantes foram beneficiados. Resultado deste trabalho, recentemente dois alunos foram aprovados em seleções de mestrado.
Segundo a presidente da FZB, Arlete Pasqualetto, um objetivo para 2012 é iniciar o debate para implantação de um curso de pós-graduação vinculado à instituição. Ela justifica que qualificaria a formação de um número maior de estudantes, potencializaria a pesquisa científica sobre a biodiversidade do Estado e atrairia mais investimentos. Temos a intenção de iniciar este diálogo com a Uergs. Trata-se de uma instituição pública, vinculada ao Governo Estadual, disse.
Em agosto, conforme a diretora Simone Mirapalhete, acontecerá a 8ª Jornada de Iniciação Científica Meio Ambiente do MCN, oportunidade para conhecer as pesquisas desenvolvidas pelos bolsistas da FZB e de outras instituições. Mais informações em mcn@fzb.rs.gov.br.
Insetos da coleção
O biólogo Marcus Guidoti atuou no MCN desde 2011 como bolsista de iniciação científica do PIBIC/CNPq. Ele foi selecionado em primeiro lugar no Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal da UFRGS e no da PUCRS (Programa de Pós-Graduação em Zoologia). Guidoti desenvolverá a pós-graduação na UFRGS, onde será orientado pelo professor Augusto Ferrari, com a co-orientação da pesquisadora Aline Barcellos, do MCN.
Guidoti digitalizou toda a informação da coleção de Tingidae do MCN, uma das maiores famílias de Hemiptera (ordem de insetos) da América do Sul. Por este trabalho, conquistou o prêmio de destaque no 12º Salão de Iniciação Científica na PUCRS.
Há 220 milhões de anos
O biólogo Ricardo Bertoni atuou junto ao MCN desde o segundo semestre de 2010. Através de bolsa do PROBIC/Fapergs, ele analisou os fósseis do Período Triássico, animais que viveram no Rio Grande do Sul há cerca de 220 milhões de anos do Rio Grande do Sul, particularmente os cinodontes. Este grupo se encontra na ancestralidade dos mamíferos. Bertoni analisou um material coletado no Sítio Janner, no município de Agudo e foi aprovado na seleção de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Geociências da UFRGS, na área de concentração de Paleontologia.
Realizei primeiramente a preparação do material, que se encontrava em um bloco de sedimento. Foram encontrados alguns fragmentos pós-cranianos e um crânio completo, disse. A conclusão é de que o crânio pertence à família Traversodontidae e, provavelmente, à espécie Exaeretodon riograndensis.
No mestrado, Ricardo seguirá estudando os cinodontes, sob a orientação da pesquisadora do MCN e docente colaboradora do PPGGEO/ UFRGS, Ana Maria Ribeiro.
Texto: Daniel Hammes
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Edição: Redação Secom (51)3210-4305