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GAVETA DIVIDIR EM TRÊS - Caixas plásticas da Ceasa de Porto Alegre garantem qualidade aos alimentos

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O produtor Vitor Paulo Neves Johnsson, que trabalha há 37 anos na Ceasa, usava caixas de madeira para transportar frutas e tomates. Ele manuseava as caixas de madeira e aprovou as de plástico. Vitor já se feriu com as caixas de madeira. A de madeira tem farpas que machucam a mão, conta Johnsson. O motivo que Vitor usava as caixas de madeira era o preço, que era mais barato, só que o produtor reconhece: A qualidade não era muito boa. A caixa de madeira segurava insetos, quebrava com facilidade e a de plástico não, disse.

Na Ceasa, Central de Abastecimento, as caixas seguem agora um padrão de qualidade. E com o tempo só vão ser aceitas as de plástico. Hoje a Ceasa trabalha com 50% das caixas plásticas. O gerente de logística técnica da Central de Abastecimento, Claiton Colvelo diz que o ganho está principalmente na qualidade das frutas. A caixa de madeira pesa 2,20 quilos e a de plástico, 1,80 quilo. Então o ganho em frete e transporte, sem contar os danos que ocorrem nas frutas, comemora o gerente.

Pelo lado econômico, o preço de uma caixa plástica pode parecer maior à primeira vista, mas acaba sendo compensado mais tarde. Uma caixa de madeira pode ser usada apenas uma ou duas vezes. O valor da caixa de madeira é R$ 1,50 e de plástico R$ 12,00. Dez caixas de madeira somam o valor para adquirir uma de plástico. A diferença é que a embalagem plástica pode ser utilizada por até dez anos, ressalta Machado.

A troca beneficia os prodotores porque diminui perdas no transporte da produção e reduz o custo operacional, levando maior qualidade e menor preço ao consumidor. Mas como toda mudança, esta também exige adaptação. E aqui é quase uma mudança cultural. Desde 1971 o transporte dos produtos se mantinha da mesma maneira, destacou Ailton dos Santos Machado, diretor presidente da Ceasa.
O diretor presidente da central, Ailton dos Santos Machado, espera que o novo sistema reduza drasticamente as perdas de alimentos durante o transporte. Além disso, o uso das caixas plásticas é questão de segurança alimentar, disse. A Ceasa chegou a financiar a troca das caixas de madeira pelas de plástico para os pequenos produtores rurais. De acordo com a diretora da Ceasa, são comercializadas 500 mil toneladas de hortigranjeiros por ano, e a meta é reduzir perdas e garantir a qualidade dos alimentos.

A exigência surgiu por causa de uma instrução normativa do Ministério da Agricultura. Em 2002, foi determinado o uso de caixas com material resistente e higiênico para carregar os produtos. A Central de Abastecimento de Porto Alegre é a quinta maior do país. Todos os meses circulam aproximadamente um milhão caixas. A metade são de plásticos. A iniciativa de mudança começou para atender uma regra da Associação Brasileiras de Normas Técnicas.

Para atender as normas, foi construído um galpão de limpeza. O trabalho é feito por uma empresa terceirizada por meio de parceria publico-privada. As embalagens usadas passam por cinco etapas de higienização. Ao fim do processo a diferença não é apenas visual. Na última fase as caixas ganham um banho químico para eliminar qualquer contaminação. Toda a água utilizada para a higienização será obtida a partir da captação das chuvas.

A unidade de Porto Alegre é a primeira do estado a adotar a mudança que vai padronizar também as cores para cada produto. Além de facilitar a identificação das peças, o presidente da central, Ailton dos Santos Machado ressalta os benefícios ao meio ambiente. Você deixa de derrubar oito mil e duzentas árvores além de trabalhar com menos perdas, salientou. Estima-se que R$ 12 milhões/ano deixarão de ser gastos com reposição de caixas de madeira, o que deverá refletir na diminuição dos preços das frutas e hortaliças ao mercado consumidor.

A Central de Abastecimento de Porto Alegre (Ceasa) funciona de segunda à sexta-feira, sendo que na segunda é da 5h às 11h e durante os outros dias da 13h30min às 18h30min. A Ceasa fica avenida Fernando Ferrari 1,001, bairro Anchieta.

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