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Governador acredita na recuperação do carvão gaúcho

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Governador aposta na recuperação do carvão gaúcho
A comitiva da missão gaúcha ao Japão visitou a usina de carvão de 2.000 MW de propriedade da Tokyo Elétric Power Company - Foto: Luiz Chaves/Palácio Piratini

Em visita à Usina Hitashinaka Power Plant, em Tokai-mura, Ibaraki, o governador José Ivo Sartori afirmou que aposta na recuperação do carvão gaúcho e busca referência de exploração sustentável, no modelo japonês. Para Sartori, que lidera a Missão Oficial do Rio Grande do Sul ao Japão, não se faz qualquer projeção sobre o carvão sem rigoroso cuidado ambiental, e existe forte articulação entre os governos gaúcho e japonês para compartilhar tecnologias.

A primeira agenda da comitiva do Rio Grande do Sul no Japão ocorreu na manhã desta segunda-feira (5), que corresponde às 21h de domingo (4), no horário de Brasília. A usina de carvão de 2.000 MW é de propriedade da Tokyo Electric Power Company (TEPCO) e ocupa uma área total de 1.410.000 metros quadrados, a 130 quilômetros de Tóquio. É composta por duas unidades produtoras de 1.000 MW cada (uma datada de 2003 e a outra de 2013), e tem eficiência de 45,2%. A caldeira funciona com pressão supercrítica.

O projeto da usina pode servir de exemplo para a renovação das plantas de carvão no Rio Grande do Sul, com maior eficiência energética e ambiental. "Essa visita à Hitashinaka reforça exatamente isso. Precisamos de alternativas para utilizar a maior riqueza mineral que o Rio Grande do Sul possui, de forma sustentável, considerando a viabilidade econômica, social e ambiental. Em sintonia com isso, estivemos recentemente no Ministério de Minas e Energia porque acreditamos que a manutenção do carvão na matriz energética do Brasil é importante para o nosso estado", reforçou Sartori, que deve receber a visita do ministro da área no final de junho, em Porto Alegre.

De acordo com o secretário de Minas e Energia, Artur Lemos, o Rio Grande do Sul abriga a décima quarta reserva de carvão mineral do mundo, com oportunidade de melhorar sua posição no ranking de exploração sustentável. "Nós temos 90% da reserva brasileira e desde 2015 já recebemos dez visitas de japoneses em nosso estado. O Plano Energético Estadual, lançado pelo governo Sartori, serve justamente para esse tipo de situação. O aproveitamento da tecnologia japonesa no Rio Grande do Sul é comprovadamente viável", reforçou.

Sobre os licenciamentos ambientais exigidos para o andamento da parceria, a secretária do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini, destacou que a Fepam tem técnicos preparados para analisar o projeto. "Posso garantir que vai passar por todas as etapas de licenciamento, garantindo que não haja passivo ambiental para o Estado. Nós tomaremos todos os cuidados, desde o primeiro passo", falou.

Histórico

A ideia surgiu de uma parceria entre empresários e o governo japonês, que há dois anos analisa a qualidade das reservas de carvão existentes no Rio Grande do Sul. O diretor de Novos Negócios da Copelmi Mineração, Roberto de Faria, que também integra a Comitiva, explicou que foram feitos testes com 400 quilos de carvão gaúcho de diferentes minas. A conclusão é que o material do Baixo Jacuí tem condições de suportar a tecnologia Super Ultra Crítica (SUC), que prevê aplicação de altas temperaturas e pressão, para aumentar a eficiência e diminuir a emissão de gás carbônico de térmicas a carvão. 

Acompanham o governador na missão, os secretários de Planejamento, Governança e Gestão, Carlos Búrigo; do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Márcio Biolchi; de Comunicação, Cleber Benvegnú; de Minas e Energia, Artur Lemos; e do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini; parlamentares; o presidente eleito da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Porcello Petry; e empresários.



Texto: Gabriela Alcantara, de Tóquio
Edição: Denise Camargo/Secom

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