O governador Germano Rigotto conheceu, hoje (10) à tarde, no Palácio Piratini, o projeto de construção do Memorial Leonel Brizola, idealizado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, como doação. Ainda em fase de levantamento de custo, o memorial deverá ser erguido na Avenida Beira-Rio e abrigar o acervo de pertences de Brizola, hoje divididos entre o apartamento onde ele vivia, no Rio de Janeiro, e em outro imóvel no Uruguai, onde ele morou no período de exílio. Niemeyer projetou um prédio em forma de olho, de 25 metros de comprimento, ao longo da avenida, por 15 metros, entre a avenida e a margem do Guaíba, com um busto de Brizola no topo, de 6,5 metros de altura. Como a Avenida Beira-Rio tem elevação acima da margem do Guaíba, a idéia é que o teto da edificação fique no nível da pista, para que o busto seja visto a partir da base por quem estiver trafegando por ela. Leonel Brizola foi um exemplo. Sua história e a sua luta ficaram como grandes bandeiras, não apenas do PDT, o seu partido, ou dos trabalhistas, que tiveram nele seu grande líder, mas de todos os brasileiros que querem um país mais justo, mais igualitário e mais ético. Portanto, nada mais justo do que o Rio Grande do Sul criar um espaço para preservar sua memória, disse Rigotto. Por determinação do governador, uma equipe da Secretaria da Cultura vai integrar uma força-tarefa para providenciar a transferência do acervo de Brizola para o Rio Grande do Sul e guardá-lo, possivelmente, no Arquivo Histórico do Estado, até que o memorial esteja concluído. O trabalho terá colaboração da neta do ex-governador, Juliana Brizola. Fundação De acordo com o deputado Vieira da Cunha, que apresentou o projeto ao governador, deverá ser criada a Fundação Leonel Brizola, para facilitar a captação de recursos para construção do memorial, inclusive na iniciativa privada. Na próxima quarta-feira, haverá uma reunião no Escritório Oscar Niemeyer do Rio de Janeiro, em que serão tratados detalhes sobre o orçamento da obra, com a participação de técnicos do Governo do Estado, da Assembléia Legislativa e da prefeitura de Porto Alegre, também parceira do projeto. Esta é a primeira vez que Niemeyer assina uma obra para Porto Alegre. Com esse memorial, estaremos resgatando o sonho e o compromisso de termos um projeto do arquiteto que é provavelmente o maior do Brasil, de todos os tempos, disse o prefeito José Fogaça. Para o futuro, está prevista a construção de memoriais também em homenagem aos ex-presidentes Getúlio Vargas e João Goulart, que formariam com o Memorial Leonel Brizola um complexo chamado por Niemeyer de Caminho da Soberania Nacional. Em um texto que acompanha o projeto entregue ao governador, Niemeyer escreve que, ao iniciar o trabalho, lembrou que essas figuras representam a luta, agora mais urgente do que naquela época, pela soberania do nosso país. Estiveram também no gabinete do governador o vice-prefeito de Porto Alegre, Eliseu Santos, os arquitetos Hermes Teixeira da Rosa, da Assembléia Legislativa, e Nilton Baggio, da prefeitura da Capital, e Juliana Brizola.