O governador Germano Rigotto recebeu hoje (23) a proposta do grupo argentino Impsa para a construção da Usina Hidrelétrica Binacional de Garabi. Os empresários argentinos, pertencentes ao Grupo Percarmona, também manifestaram a intenção de implantar uma fábrica do grupo no Brasil, que poderia ser no Rio Grande do Sul. Rigotto afirmou que com a crise de energia a implantação da usina é cada vez mais importante: A cada dia que passa enfrentamos uma nova crise, ou é o petróleo, ou é o carvão. Nesse cenário, Garabi é uma alternativa fundamental, disse. O projeto do grupo argentino, denominado Alto Uruguai, propõe a construção de três barragens no rio Uruguai, uma em Garabi, a outra em Porto Xavier ou Porto Lucena e a terceira em Maurício Cardoso. O presidente da Impsa no Brasil, Luís Garcia, argumenta que a alternativa Argentina tem dois grandes benefícios: menor impacto ambiental e maior aproveitamento energético. Com três barragens, a área alagada é a metade do projeto original, com duas barragens, explicou. Garcia ainda disse ao governador que o custo do megawatt/hora (MW/h) é menor nesta hipótese. A energia média anual gerada seria de 14.000 GWh/ano com três barragens contra 6.083 GWh/ano com duas. O secretário estadual de Energia, Minas e Comunicações, Valdir Andres, fala que esta é a primeira vez que o projeto da Impsa é apresentado ao governador. Ainda há dois projetos em análise. Conforme este modelo, teríamos três usinas com 900 MW, cada uma e investimento aproximado de US$ 3 bilhões, informa. O secretário diz que há ainda duas propostas em estudo pelo Grupo de Trabalho Interestadual Garabi. Andres ressalta que a usina de Garabi seria a maior obra do Estado dos últimos 40 anos. ?Estimamos a criação de 10 mil empregos diretos, mil permanentes e cerca de 40 mil vagas indiretas?, destaca. No dia 6 de setembro, o grupo gaúcho e o grupo argentino que estudam as alternativas para a implantação do Projeto Garabi estarão em Brasília para apresentar as propostas para a construção da usina para uma equipe do Ministério de Minas e Energia. Os argentinos revelaram que têm interesse em instalar uma unidade da empresa no Brasil no próximo ano. Garcia disse que a Impsa ainda estuda o melhor local e o tipo de investimento. Atuamos nas áreas de produção de equipamentos para usinas hidrelétricas, guindastes portuários e aerogeradores eólicos, enumerou. A Impsa faz parte do Grupo Percarmona o maior fabricante de turbinas e geradores da Argentina, atuando hoje também nas áreas de guindastes portuários, rastreamento por satélite, aerogeradores eólicos, bombas medicinais, viticultura, vinhos finos, seguros, entre outras atividades. A vinda da empresa ao Estado começou a ser negociada na visita que Andres fez a Impsa, no mês de março, na cidade de Mendoza. Na ocasião, Andres expôs os incentivos que o Rio Grande do Sul oferece a novos empreendimentos.