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Governadora participa do Fórum Internacional de TI Banrisul

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O segundo turno já se completou, então na verdade o verdadeiro político é aquele que diz onde nós estamos, quem nós somos e aonde queremos chegar. Só que a decisão é individual, não coletiva, em relação a isso, é política. Nós estamos no Teatro Bourboun e eu quero fazer uma homenagem a um sonhador que se foi cedo, que é o Marcelo Zaffari, ele que disse que Porto Alegre merecia um teatro como este, um teatro deste porte e com tecnologia. Nós podemos, querendo ou contratando, fazer deste ambiente onde estamos todos sentados e conversando um salão de baile. A tecnologia de um sonhador como Marcelo Zaffari permite que Porto Alegre receba um evento como este, com este porte, com esta beleza. Nós mesmos aqui na inauguração do Teatro Bourboun Zaffari estivemos com Marcelo, com a mãe do Marcelo, o tom era de confiança, nós fizemos, planejamos, conseguimos porque confiamos e sabemos onde queremos chegar. Então a homenagem ao Marcelo e à família toda é proporcionar a possibilidade de uma geografia como esta.

Eu tenho uma rica oportunidade de estar passando pelo terceiro ciclo da minha vida, que empata muito com o ciclo da economia. E nós estamos vivendo uma crise muito semelhante, aquela eu não vivi, que foi a de 1929, mas tem a ver com a quebra de confiança e o uso de instituições que criam uma confiança impossível de ter continuidade ao longo do tempo. É o caso especifico da bolha especulativa dos derivativos. O Banrisul lida com esta moeda, primeiro ciclo que ia bater com o ciclo de transformação maravilhoso, os nossos filhos gostam de ouvir historias sobre a década de 60 que foram produto de uma construção internacional e constitucional que hoje está de novo sendo analisada, que foi depois da guerra. Enquanto não há comércio entre os povos e há guerra, o comércio civiliza a ação entre os povos e para haver comércio tem que ter moeda. Então aquele primeiro ciclo foi um ciclo de transformação que foi gerando a capacidade de nós evitarmos que a solução seja pela guerra e que venha cada vez mais pela contratação e contratualização entre pessoas, entre grupos e entre povos.

O segundo ciclo, não há dúvida, foi o ciclo de 90, que foi o amadurecimento daquilo que foi plantado durante a criação em Bretton Woods de todo um sistema internacional ligado à construção da confiança. Sabendo que ela não é linear, ela passa por ciclos, o terceiro ciclo é este que me encontra como governadora do Estado do Rio Grande do Sul e como economista, podendo dizer às pessoas se o tempo é bom em uma coisa é por que ele faz uma troca, entre a ansiedade do corpo juvenil e a sabedoria do corpo não juvenil. Esta troca permite que a gente diga que vai passar, mas tenhamos cautela, responsabilidade e saibamos que há um instrumento e um denominador comum e construtor de confiança. Ele precisa ser valorizado e para ser valorizado tem que seguir regras públicas, que é exatamente a moral. O princípio dos 90, portanto o meu segundo ciclo, enquanto no Ministério do Planejamento e do Orçamento, o brasileiro não acreditava em si e ninguém acreditava no brasileiro, era uma fase de auto-estima muito ruim e também o grupo aqui do Rio Grande do Sul me perguntava, por que a direção das coisas estava naquele ministério, se realmente o plano de estabilização, que estava sendo construído àquela época, implicava a privatização do Banrisul. Uma coisa pontual.

Eu respondi: olha, privatização eu não sei, agora se for não vai ter só para o Banrisul, mas nós precisamos construir um sistema financeiro estável, acreditável e bem regulado, este é o segredo para a gente poder fazer as outras coisas e não se preocupar com a inflação do dia-a-dia, construir contratos que possam ser louvados. E desde então eu tenho, como cada um dos senhores e das senhoras tem, uma relação particular com o Banrisul. Nós entendemos que não era hora e defendemos que o fortalecimento das instituições seja de capital totalmente privado, seja misto, seja totalmente estatal ou público, o fortalecimento das instituições é o objetivo, a prioridade é outra coisa. Então naquele segundo ciclo até esta terceira fase, o que nós estamos vivendo é um caso único, o Banrisul é um caso único, principalmente porque, já que os senhores e as senhoras vão tratar de tecnologia da informação, teoricamente ela anula a identidade das pessoas, é um instrumento que ninguém sabe quem está tocando, se é feminino ou masculino, parece que a tecnologia da informação é um instrumento pela globalização de pessoas, personalidades e de sociedades. A tecnologia da informação, ela jamais pode perder a referencia na pessoa, no ser humano e a relação entre eles dentro da comunidade.

Então eu tenho uma relação especial com o Banrisul desde 1993 e agora extremamente prática, eu cumprimento a direção, os funcionários, os servidores. O servidor público é feliz quando ele é servidor público por vocação como sou, minha vida inteira foi de servidora pública, jamais negando que o privado seja uma coisa boa, tão boa quanto é o público. Então durante o seminário de tecnologia da informação é dizer que o Banrisul é um caso único porque no Rio Grande do Sul ser público é uma qualidade e não um defeito, e segundo lugar, ser público é mostrar o que faz com transparência, o Banrisul de hoje, trazido ao seu tamanho, ao seu limite, pelo grupo que coordenado ali pelo nosso presidente do Conselho, secretário da Fazenda Aod, com Fernando Lemos, com diretores de outros bancos, conquistou a confiança do mundo. Naquele mapa, num pontinho da geografia do Rio Grande do Sul, existia uma instituição que sabia onde queria chegar e sabia que tamanho queria ter. Tivemos sorte, vendemos R$ 6.986.956.485,00 de ações sem direito a voto e no dia seguinte começou o estouro da bolha que agora se concretiza, no dia seguinte.

Então uma vez sendo público e sendo propriedade do governo na parte de totalidade das suas ações, nós continuamos no caminho público de responder ao problema de como financiar a aposentadoria de servidores públicos que fizeram a história do Rio Grande do Sul. Bem, esta relação com o Banrisul ela se completa, sempre lembrando que aqui e agora a tecnologia da informação que estamos discutindo, caso único do Banrisul, eu acho que passou a discussão de se ele é público, privado, se vai privatizar, se não vai privatizar, isso já era, ele serve ao público. Serve ao público permitindo que a pessoa que use qualquer dos instrumentos do Banrisul saiba qual é a sua relação com o banco e sua relação com toda a sociedade e com toda a comunidade e com muito orgulho, alias, além do orgulho, resultados práticos e consideráveis.

Parabéns ao Banrisul, o banco número um pela Fundação Getúlio Vargas neste ano de 2008. Parabéns a todos os funcionários, servidores, usuários, defensores, atacadores, mas parabéns a todos que fazem do Banrisul uma identidade. Nós estamos precisando no mundo de hoje saber usar tudo que é tecnologia do porte que é essa que vocês vão discutir a nível de toda a América Latina e que o Banrisul ponteia em várias de suas fases, mas saber que isso não pode prescindir de uma identidade e esta identidade é uma identidade que muito nos orgulha, é uma identidade que faz-nos dizer que apostamos certo, porque vamos buscar os instrumentos para fazer com que o Banrisul seja um ator importante para o Brasil na constituição da confiança que hoje é reconhecida pelo fato que lá naquele tempo do segundo ciclo dos anos 90, nós fizemos uma reestruturação bancária que agora passa a constar nos livros de história dos outros países, assim como nós fazemos o que fizemos nos anos 90, fazer um plano de estabilização da moeda que desse certo, fomos buscar nos livros de história aquilo que foi feito certo, que deu certo foi errado, deu errado, uma mistura dos dois.

Então saudamos este encontro que é feito no Dia do Servidor Público, saudamos este encontro que marca o momento de uma identidade em meio à matriz. Não se assustem muito, dói, vai ter conseqüência, mas é um passo a mais no desenvolvimento. Tanto da economia na direção da paz e isso se faz por contrato, tanto na economia, quanto na própria evolução da democracia. Eu creio que os erros e acertos deste período serviram para cada vez a gente ir para frente, dar um passo em direção daquilo que todos nós ambicionamos, que é uma sociedade melhor. E o Banrisul, posso lhes garantir, contribui e muito para isso. Obrigada.

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