Governo de Israel investe em avanços digitais para gerar benefícios sociais
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Erguer uma nação digital e inovadora também significa irrigar o setor público com uma nova mentalidade e fazer com que o ambiente colaborativo produza resultados sociais. A agenda do terceiro dia da missão governamental e empresarial do Rio Grande a Israel visitou duas instituições que buscam estender os benefícios das conquistas tecnológicas a toda sociedade israelense.
Pela manhã, o grupo conheceu o Digital Israel National Bureau, órgão ligado ao Ministério da Igualdade Social, cujo objetivo é integrar e equalizar a oferta digital nos órgãos públicos. “Queremos usar o digital para reduzir as distâncias sociais, promover o desenvolvimento econômico e tornar o governo mais inteligente e amigável”, explicou Jesse Rosenblit, gerente de projetos e head de Relações Internacionais da Digital Israel.
Com orçamento anual de aproximadamente R$ 600 milhões, que se somam aos valores alocados pelos demais órgãos públicos para promover avanços digitais, a organização está concentrada nos serviços digitais de saúde, na criação de mecanismos para a oferta de educação, em cidades inteligentes e no bem-estar, integrando soluções. Um dos projetos apresentados à comitiva foi o Digital Benefit Engine, por meio do qual o governo de Israel quer melhorar o acesso da população aos benefícios sociais, já que cerca de R$ 330 milhões por ano em benefícios sociais não são retirados pelos habitantes que têm direito.
Outros programas de impacto apresentados foram o Business Licensing, que pretende aumentar o grau de formalidade da economia israelense, já que 23% são informais, e o Digital Leaders, focado no treinamento para integrantes do serviço público em vários ministérios e em todos os níveis do governo.
Integração e colaboração
Contorne Rosenblit, o alvo do projeto é o capital humano, tornando-o apto a conduzir a transformação digital dentro do governo. “Aproximamos pessoas de vários ministérios, de várias idades. Tem sido um sucesso porque ajuda as pessoas a encontrar soluções concretas para o seu trabalho”, diz Rosenblit.
À tarde, o grupo seguiu para um local de coworking em Tel-Aviv, o TLV Hub, onde esforços na área de negócios sociais foram apresentados.
Yoran Lavi, coordenador da Minga, instituição dedicada a promover negócios sociais, explicou os motivos que o levaram o trocar o mundo dos negócios de alta tecnologia por projeto cujo objetivo é gerar benefícios sociais a um grupo expressivo da população.
O trabalho da Minga é promover encontros e articulações entre empreendedores que não consideram o lucro o elemento central das suas atividades. Lavi lembrou os protestos de 2011, que sacudiram Israel e expressaram descontentamento da população em relação aos benefícios da prosperidade alcançada por meio da tecnologia e do excesso de zelo com a segurança.
Conforme Lavi, a base da expansão dos negócios com impacto social não pode ser exclusivamente o apoio do governo ou os recursos de filantropia, mas buscar alternativas com sustentabilidade financeira. “Nem mesmo uma tecnologia revolucionária é obrigatória, mas a aplicação de uma já existente”, disse Lavi.
Os integrantes puderam conhecer o trabalho de uma das empresas incentivadas pela Minga, a FluenTLV, uma empresa de cursos idiomas conduzida por Jessica Tulchin e Willy Hayman. Eles oferecem a possibilidade de os interessados aprenderem idiomas de forma diferente, com muita interação, conversação e mergulho na cultura das línguas. O insumo do projeto não é a tecnologia, mas o espírito de colaboração e compartilhamento. Quem faz um curso também assume o compromisso de ensinar o idioma que domina. “Nosso objetivo é mostrar como as línguas podem conectar as pessoas”, disse Jessica. Cerca de 8 mil pessoas já participaram do projeto.
Além de integrantes do governo do Estado e empresários, participam das agendas por Israel, Estônia e Suécia representantes da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), da Universidade de Passo Fundo (UPF), da Imed, da Fábrica do Futuro, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), da Federação Israelita do Rio Grande do Sul e da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação – Regional RS (Assespro-RS).
Texto: Alexandre Elmi/Secom
Edição: Patrícia Specht/Secom