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Governo firma parceria com a Embrapa para projeto de rastreabilidade individual de bovinos no Estado

Acordo de cooperação de três anos foi assinado durante Dia de Campo em Bagé

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A imagem mostra um homem assinando um documento enquanto outros dois estão posicionados ao lado, olhando para ele. Ao fundo, há um painel indicando o tema do evento sobre rastreabilidade bovina.
O secretário-adjunto da Seapi, Márcio Madalena, assinou o acordo ao lado do chefe geral da Embrapa Pecuária Sul - Foto: Fernando Dias/Ascom Seapi

O projeto de rastreabilidade individual de bovinos no Rio Grande do Sul deu mais um passo decisivo nesta quinta-feira (23/10), em Bagé. O governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pecuária Sul formalizaram um acordo de cooperação técnica para avançar e qualificar a implementação do sistema de rastreabilidade bovina no Estado. A iniciativa está alinhada ao Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (PNIB), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

O ato de assinatura ocorreu durante o Dia de Campo da Embrapa Pecuária Sul e contou com a presença do secretário-adjunto da Seapi, Márcio Madalena, do chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Flores Cardoso, e da diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA/Seapi), Rosane Collares, além de outras autoridades e lideranças nacionais e regionais. 

Nesta etapa do projeto, 307 animais já estão rastreados na região da Campanha. A programação do evento incluiu visita a quatro estações técnicas em Bagé e reuniu mais de mil participantes.

Rio Grande do Sul lidera projeto-piloto de rastreabilidade 

Madalena afirmou que o Rio Grande do Sul está liderando um projeto-piloto de rastreabilidade na pecuária, demonstrando o protagonismo do Estado no cenário nacional. A iniciativa busca acelerar a implementação do sistema no Estado e validar novas tecnologias, com a participação de produtores e o apoio técnico de instituições parceiras.

“Vivemos em um mundo dinâmico, onde a tecnologia avança rapidamente. O uso de brincos com chip já é uma realidade, e outras inovações surgem constantemente. O Rio Grande do Sul está inserido nesse contexto e aspira ser protagonista no desenvolvimento dessa discussão”, destaca Madalena.

O chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul disse que atuar como unidade de referência e laboratório para o sistema de rastreabilidade do Rio Grande do Sul – que pretende ser pioneiro no Brasil – é motivo de satisfação e compromisso. “Entendemos que esse processo é fundamental para garantir a qualidade da produção pecuária e do produto que chega ao consumidor”, ressaltou Cardoso.

A diretora do DDA frisou que o acordo representa um passo importante no processo de implantação da rastreabilidade no Estado. “Parcerias como essa são fundamentais para fortalecer e ampliar o sistema, que já conta com cerca de mil animais mapeados no Rio Grande do Sul só no projeto-piloto”, salientou Rosane.

Integração e qualificação da rastreabilidade

O plano de trabalho, com duração de 36 meses, prevê a integração de esforços entre as instituições para o desenvolvimento e a validação de tecnologias voltadas à qualificação e ao aprimoramento da rastreabilidade animal. O projeto permite acompanhar e registrar o histórico, a localização e a trajetória de cada bovino, contribuindo para a consolidação do Sistema Estadual de Rastreabilidade Bovina.

Pelo acordo, a Embrapa será responsável pela disponibilização dos animais para identificação, pelos registros nos sistemas utilizados e pela proposição de melhorias nos processos. Já a Seapi ficará encarregada pelo fornecimento dos identificadores eletrônicos (brincos ou chips) e pela disponibilização do sistema de registro de dados. 

A rastreabilidade garante maior controle sanitário, transparência na cadeia produtiva e ampliação do acesso a mercados internacionais. Com a identificação eletrônica individual, é possível rastrear com precisão a origem, as movimentações e o destino dos bovinos, fortalecendo a credibilidade da pecuária gaúcha.

Projeto-piloto e novas tecnologias

Em 2024, o Estado iniciou a identificação individual de bovinos em uma propriedade experimental da Seapi, na região da Campanha, em Hulha Negra. Nessa etapa inicial, 395 animais foram rastreados, e novas tecnologias — como a biometria nasal — começaram a ser testadas. A identificação única é registrada por meio de brinco ou bóton eletrônico, permitindo o acompanhamento de todo o ciclo produtivo do animal.

As informações sobre raça, idade, vacinação e movimentações são armazenadas em uma base de dados oficial, garantindo controle sanitário, rastreabilidade e segurança na produção.

O projeto está alinhado ao PNIB, coordenado pelo Mapa, que estabelece um cronograma de sete anos para adaptação e adoção obrigatória a partir de 2032. No Rio Grande do Sul, a execução é conduzida por um grupo de trabalho da Seapi, e o projeto-piloto foi lançado oficialmente durante a Expointer 2025.

Entre os benefícios esperados estão o aprimoramento da gestão de rebanhos, o reforço do controle sanitário, a prevenção de furtos de animais e o aumento do valor agregado da produção — especialmente em mercados que exigem comprovação de origem. Além disso, o sistema contribui para a valorização ambiental do bioma Pampa e para o reconhecimento da pecuária gaúcha como referência em sustentabilidade.

Texto: Elstor Hanzen/Ascom Seapi
Edição: Secom

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