Governo Leite apresenta modelo de transição justa e desenvolvimento sustentável em regiões carboníferas na COP30
Plano busca garantir que descarbonização da economia ocorra de forma equilibrada econômica, ambiental e socialmente
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O Plano de Transição Energética Justa para as regiões carboníferas do Rio Grande do Sul, do governo estadual, foi tema do painel “A transição justa como caminho para o desenvolvimento sustentável em regiões carboníferas”, na COP30, em Belém (PA), nesta quinta-feira (13/11). No evento, realizado no Pavilhão Brasil, o governo foi representado pela titular da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann.
A atividade destacou a experiência gaúcha com o plano, coordenado pela Sema, dedicado a estruturar políticas e estratégias específicas para territórios dependentes da exploração de combustíveis fósseis. O diagnóstico busca garantir que a descarbonização da economia ocorra de forma equilibrada – assegurando inclusão social, diversificação produtiva e desenvolvimento sustentável.
Compromisso ambiental, social e econômico
Durante o painel, Marjorie destacou que a transição justa é um processo que deve respeitar a história, a cultura e a economia das comunidades envolvidas, oferecendo alternativas reais de desenvolvimento.
“A transição energética não é apenas uma pauta ambiental, mas um compromisso social e econômico. O Rio Grande do Sul está trabalhando para que cada território possa transformar seu potencial produtivo em novas oportunidades, sem deixar ninguém para trás", garantiu.
Marjorie acrescentou que o Plano de Transição Justa é um marco nesse caminho, unindo planejamento, ciência e diálogo com as comunidades. "São regiões de tradição, com famílias que cresceram e desenvolveram suas vidas em torno dessa atividade. Por isso, além da transição tecnológica, precisamos olhar com igual importância para a transição econômica e social dessas comunidades", afirmou a secretária.
Sobre o plano
O Plano de Transição Energética Justa foi elaborado pelo governo em parceria com o consórcio WayCarbon-Centro Brasil no Clima, com investimento de R$ 2,3 milhões. O contrato foi assinado em 28 de outubro de 2024, com previsão de entrega de 14 produtos organizados em três etapas.
Em agosto de 2025, foram apresentados os resultados da Etapa 2, que reúne informações técnicas sobre aspirações e condições do governo, aspirações de mercado, diagnóstico energético estadual, modelo comparativo de custos entre fontes fósseis e renováveis, demanda regional e reposicionamento econômico, cenários de emissões de gases de efeito estufa até 2050 e opções de financiamento sustentável.
Os resultados servirão de base para a Etapa 3, que detalhará o desenvolvimento econômico, avaliará impactos socioambientais e apresentará o roteiro de implementação da transição energética justa.
Inserido no compromisso internacional assumido pelo Rio Grande do Sul na COP26 em Glasgow, o plano tem foco especial nas regiões do Baixo Jacuí e da Campanha.
A iniciativa integra as ações do Plano Rio Grande, estratégia do governo estadual voltada à reconstrução e à adaptação climática, que inclui o eixo de transição energética e descarbonização como pilar para o desenvolvimento sustentável do Estado.
Liderado pelo governador Eduardo Leite, o Plano Rio Grande é o programa de Estado criado para proteger a população, reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro.
Telecomunicações e resiliência climática
Ainda nesta quinta, Marjorie participou do painel “Telecomunicações como Pilar de Resiliência: O Impacto das Redes de Comunicação na Gestão de Emergências Climáticas”.
O evento, promovido pela operadora Vivo em parceria com o Ministério das Comunicações e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), reuniu especialistas e representantes de governos subnacionais para debater o papel estratégico das telecomunicações na gestão de crises e na construção de cidades resilientes.
Marjorie destacou que a conectividade é um dos pilares da governança climática moderna e elemento essencial para a resposta rápida e a recuperação em situações de desastres.
“A tragédia de 2024 nos mostrou que a comunicação salva vidas. Sistemas eficientes de alerta e redes integradas de informação são instrumentos fundamentais para reduzir danos e garantir uma resposta coordenada. O investimento em infraestrutura de telecomunicações é também um investimento em adaptação e segurança climática”, afirmou a secretária.
O debate abordou como as redes de telecomunicações e dados podem apoiar políticas de redução de risco de desastres (RRD), integrando sensores, inteligência artificial e plataformas de monitoramento para antecipar eventos extremos e coordenar respostas emergenciais.
Texto: Vanessa Trindade/Ascom Sema
Edição: Secom