Grupo espanhol confirma a Rigotto investimento de US$ 530 milhões em sete parques eólicos no RS
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Presente em 16 países e com um faturamento bruto de 941 milhões de euros, em 2001, o grupo espanhol Gamesa, confirmou ao governador Germano Rigotto hoje, dia 31, no Palácio Piratini, projeto de implantação de 730 aerogeradores de energia em sete parques eólicos medidos no Rio Grande do Sul. A previsão é de uma produção de 620 megawatts (MW), num prazo médio de 8 anos, com um investimento total de US$ 530 milhões. Em um curto prazo, 2 anos, a empresa planeja produzir 250 MW, em 3 dos 7 parques eólicos: Livramento, Jaguarão e Cassino, informou diretor da Gamesa Energia Brasil, Pedro Cavalcanti. Os demais parques estão localizados em São Francisco de Paula, Piratini, São José do Norte e Santa Vitória do Palmar. O governador Germano Rigotto recebeu a direção da Gamesa, no seu gabinete, assistiu às projeções (Data Rom) e tomou conhecimento dos planos do grupo no RS. Esse investimento é importante para o Estado, pois vai gerar empregos e desenvolvimento na Metade Sul, disse o governador. O grupo também implantará uma fábrica de aerogeradores. Cavalcanti convidou o Germano Rigotto para visitar a capital da Espanha, Madri, e as cidades de Pamplona e Bilbao, onde se localizam as sedes da corporação. O governador sinalizou a viagem para março. Na sua exposição, o diretor da Gamesa falou da política do grupo, de descentralização e regionalização, um fator positivo para o desenvolvimento do RS. A estrutura de cada aerogerador, por exemplo, é composta por uma torre de 58 toneladas entre cimento e aço. Estes fornecedores estão aqui, no Estado, lembrou Cavalcanti. Para cada um dos 730 aerogeradores, será necessário um transformador (há fábricas no RS), o que movimentará os setores siderúrgico, elétrico, construção civil, serviços, transportes e muitos outros. O diâmetro das pás dos aerogeradores, modelo G-58 tem 80 metros. Só o transporte destes componentes já movimenta a economia, ilustrou o executivo. Ele acha viável a fabricação do G-58 com um índice de nacionalização entre 70% a 75%. Para anunciar o investimento, a Gamesa aguarda apenas a definição do preço, o valor econômico da energia eólica produzida, pelo Programa de Incentivo às Energias Alternativas (Proinfra). Isto deverá acontecer até o dia 23 de março, como prevê a lei 10.438, do ano passado, disse o executivo. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de acordo com ele, aprovou a geração de 560 MW de energia eólica pela Gamesa, dos 990 MW autorizados para o RS, o Governo Federal se comprometeu a comprar 1,1 mil MW da energia eólica produzida no Brasil. Cavalcanti também conta com a aprovação da Licença de Instalação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Esperamos alguma posição da Fepam para dentro de uns 15 a 20 dias, observou o diretor da Gamesa. Na audiência, participaram os secretários da Energia, Minas e Comunicações, Luiz Valdir Andres, e o do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais, Luiz Roberto Ponte. O governador Rigotto falou aos presentes da sua satisfação com o projeto, pelos efeitos multiplicadores na economia dos municípios da Metade Sul. Além disso, o Estado vai ter mais energia, energia limpa. Isso interessa muito ao Rio Grande, acentuou o governador. O secretário Valdir Andres também define o investimento como importantíssimo para o setor energético e economia do RS. Estamos agora torcendo para que o Proinfa defina em março, o preço da energia. Temos 990 MW em energia eólica autorizados para o Estado e os investidores estão aguardando o valor para movimentar a nossa economia. No Brasil, a Gamesa tem escritórios em Recife, Salvador, Maceió, Fortaleza e Natal. Durante 24 meses, através de um protocolo firmado com a CEEE, o grupo fez um trabalho de medição dos ventos no RS. Instalou 12 das 21 torres de medição, chegando à indentificação dos 7 parques, ou sítios eólicos. O uso dos terrenos, nos quais serão instalados os aerogeradores, já foi negociado com os proprietários, por 25 anos. A preocupação da Gamesa são as conexões e a transmissão da energia eólica ao sistema elétrico, um assunto em discussão com a CEEE, RGE e AES-Sul.