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Herbário tem exemplares digitalizados para integrar banco de dados mundial de plantas

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Atividade é realizada em parceria com a Ufrgs, que tem um equipamento adequado para fazer fotos do material - Foto: Fernando Dias / Seapdr

A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) conta com um herbário especializado em agrostologia – ramo da botânica que estuda plantas forrageiras, utilizadas para alimentação animal. Cadastrado desde 1954 no catálogo internacional Index Herbariorum com o nome de Brazilian Laboratory of Agrostology (BLA), o herbário da Seapdr passa por um processo de digitalização de seus 20 mil exemplares, para disponibilizá-los no SpeciesLink, um banco de dados on-line com informações sobre coleções de espécies vegetais, animais e fungos.

O herbário faz parte do Projeto Herbário Virtual da Flora e dos Fungos do Brasil, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), uma rede que integra os herbários brasileiros e também algumas coleções do exterior. “Esta ação é muito importante para termos esses dados acessíveis a todos, na internet, e ampliar o conhecimento sobre nosso patrimônio vegetal”, afirma o secretário Covatti Filho.

A catalogação do acervo começou há dois anos, com a digitação e divulgação dos dados em planilhas no SpeciesLink. “Esta catalogação está em quase 90%. Os dados disponibilizados no site já têm mais de 2 milhões de visualizações e quase 1 milhão de downloads”, comemora Gilson Schlindwein, curador do herbário.

Por meio deste projeto, o herbário está começando, agora, a digitalizar imagens das exsicatas, que são as plantas secas presas em papel cartão com etiqueta que identifica a espécie, quem a coletou, o local e a data. O trabalho é realizado em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que tem um equipamento adequado para fazer as fotos do material.

Estudo de pastagens foi a origem

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Mais de 80% do acervo é de gramíneas, muitas do bioma pampa - Foto: Fernando Dias / Seapdr

“Neste momento, estamos priorizando as 64 exsicatas que são uma caracterização de uma espécie nova, são o primeiro registro daquelas espécies. Depois, a intenção é digitalizar o restante dos exemplares”, afirma Gilson Schlindwein.

Coleções de herbário são importantes no campo científico como uma consulta de referência sobre espécies. “O primeiro passo para qualquer estudo científico é ter a identificação precisa da espécie que você está trabalhando, e é nisso que o herbário contribui, com o registro e caracterização dessas plantas. Muitas plantas que têm aqui hoje de testemunho não existem mais no campo. Há plantas extintas localmente e algumas em vias de extinção também, então se não houvesse o registro, essa informação se perderia”, explica o curador.

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Registro guardado com a planta da foto acima mostra que foi colhida no município de Guaíba, em abril de 1967 - Foto: Fernando Dias / Seapdr

O herbário da secretaria foi iniciado em 1947 como uma ferramenta para o estudo de pastagens, catalogando plantas exóticas para a introdução de espécies de outros países na implantação das primeiras pastagens no Rio Grande do Sul. Posteriormente, começaram os estudos sobre o potencial das forrageiras nativas. “Basicamente, mais de 80% do acervo é de gramíneas, muitas do bioma pampa”, detalha Gilson.

Texto: Elaine Pinto/Ascom Seapdr
Edição: Marcelo Flach/Secom

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