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Hidrovia fluvial é alternativa para transporte de contêineres

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A intensificação do transporte hidroviário fluvial de cargas deve ser considerada uma forma barata para fortalecimento do Porto do Rio Grande. A proposta foi um dos pontos principais da reunião de trabalho da Força-Tarefa Intermodal para desenvolvimento do setor hidroportuário gaúcho, ocorrida nesta terça-feira (7), na Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH).

O secretário de Infraestrutura e Logística, Daniel Andrade, afirmou que a parceria do governo do Estado, iniciativa privada e consultores holandeses tem por objetivo gerar novo modelo de logística de transporte no Rio Grande do Sul, para eliminar problemas com o deslocamento de mercadorias. Avançamos quando aceitamos o convite do Escritório Comercial da Holanda para esse acordo de cooperação técnica. Queremos melhorar nosso sistema de transporte, aumentar competitividade, ganhar como empresas, como Estado, com geração de empregos, em um estado exportador, disse o secretário.

A meta do governo estadual é aumentar, em dez anos, a participação do modal hidroviário dos atuais 4% para 15% da matriz de transporte gaúcha, com integração dos segmentos de transporte rodoviário, ferroviário e cabotagem (navegação costeira ou entre portos do mesmo país).

No segundo dia da agenda de apresentação de planos diretores (master plans) para os segmentos de terminais portuários, granéis e contêineres, o consultor Harrie de Leijer, diretor de projetos do NEA Transport (instituto holandês de pesquisas internacionais na área de transportes) argumentou que, na Holanda, há tendência de portos marítimos receberem cargas via fluvial, o mesmo podendo ocorrer em Rio Grande.

O executivo citou como exemplo de fluxo fluvial de cargas o porto marítimo de Roterdã, um dos maiores do mundo, que registra 35% de sua movimentação de contêineres, equivalente a quatro milhões de teus (medida correspondente a contêiner de 20 pés) por ano, através de barcaças. Hidrovias fluviais têm de ser mais baratas que qualquer outro tipo de transporte, como ocorre em todo o mundo. Se queremos atrair carga, precisamos oferecer solução de custo total atraente para armadores, de maneira que se disponham a colocar contêiner em barcaças até o Porto do Rio Grande, sugeriu. Leijer observou ainda que na Europa a legislação permite subsídio governamental para começo de operações em portos e hidrovias.

O presidente da Associação dos Portos de Amsterdã (Amport), Wim Ruijgh, defendeu integração de modais. Hidrovias devem integrar todo sistema logístico como transporte rodoviário, ferroviário e de navegação de cabotagem. O especialista declarou que a questão ecológica - caso do licenciamento ambiental - é outro ponto importante na avaliação dessa modalidade. O transporte hidroviário tem pontuação maior nesse quesito.

As discussões prosseguem nesta quarta-feira (8), em torno da condução de granéis. Nos três dias de programação, os debates se iniciam às 9 horas, no auditório da SPH, na Avenida Mauá, 1.050, 1º andar. A força-tarefa é liderada pela governadora Yeda Crusius e composta pelo secretário Daniel Andrade e empresários Jorge Gerdau Johannpeter, Paulo Tigre e Davi Randon. Na reunião desta terça, participaram o secretário-geral de Governo, Erik Camarano, o superintendente da SPH, Gilberto Cunha, e o presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli.

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