História da veterinária gaúcha marca entrega do Prêmio Desidério Finamor
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O resgate de história da medicina veterinária do Rio Grande do Sul marcou hoje (17) a cerimônia de entrega do prêmio Desidério Finamor, promovido pelo o Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor, vinculado à Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro). No ato, ocorrido pela manhã na sede da entidade, em Eldorado do Sul, foram agraciados cinco personalidades que têm contribuído para incentivar o desenvolvimento da sanidade animal. Considerada estratégica para o país, a defesa sanitária e a adoção de métodos de prevenção, como as vacinas, são hoje o desafio do setor primário para aumentar a participação do Brasil e do Estado nos mercados internacionais. Os especialistas apontam essa solução para enfrentar as táticas comerciais utilizadas por outros países, com a imposição de barreiras sanitárias, para evitar que produtos com preços mais competitivos conquistem fatias importantes do mercado. Os agraciados com o prêmio nesta edição foram o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul, Eduardo Bastos Santos; o presidente do Sindicato da Indústria de Suínos, Osmildo Pedro Bieleski, representado por Luiz Augusto Albertoni; a jornalista Márcia Mandagará, editora multimídia da RBS Rural; o pesquisador João Ricardo Martins, destacado pelos seus trabalhos científicos voltados ao combate a disseminação de carrapato nos rebanhos; e o governador Germano Rigotto, escolhido pela determinação em eleger o Selo Gaúcho da Sanidade Animal como projeto prioritário de governo, na solenidade representado pelo secretário da Ciência e tecnologia, Kalil Sehbe Neto. A escolha dos homenageados foi realizada pelos dez pesquisadores do instituto. Durante o evento, o diretor da entidade, Augusto César Cunha, fez um apelo para a necessidade de investimentos na pesquisa agropecuária. Comentou que o corpo técnico vem sofrendo um processo de redução. Em 1985, eram 135 profissionais e este ano conta apenas com 35 funcionários. Já, o diretor-presidente das Fepagro, Carlos Cardinal destacou a importância que o veterinário Desidério Finamor, que dá nome ao instituto, tem na evolução da pecuária gaúcha e das atividades que desempenha na pesquisa e na prestação de serviços. O encerramento foi com o secretário Kalil Sehbe comentando os investimentos do Estado na modernização dos centros de pesquisa gaúcho. Ele anunciou ainda que o governo deverá lançar a curto prazo um plano de ciência e tecnologia para Rio Grande do Sul com diretrizes para os próximos dez anos, no qual está incluindo a questão da biotecnologia. Quem foi Desidério Finamor O Prêmio Desidério Finamor tem esse nome numa referência a um veterinário gaúcho, nascido em Santiago do Boqueirão em 1899, que atuou vigorosamente na melhoria das condições da pecuária. Filho de pequenos agricultores,conseguiu chegar à universidade em 1923. Formou-se em 1926, junto com apenas mais três colegas que faziam parte dra turma de profissionais formados pela antiga escola de engenharia que deu origem a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi professor universitário, sanitarista e secretário da Agricultura e Abastecimento entre 1945 a 1947. É um dos patronos da Academia Riograndense de Medicina Veterinária e o centro de pesquisas veterinárias do Estado tem o seu nome. O instituto é pioneiro na produção de vacinas tradicionais contra febre aftosa, raiva, brucelose, entre outras. Desde sua fundação, em 1942, é uma referência no diagnóstico, tratamento e controle de zoonoses. Atualmente, um dos projetos em andamento é a elaboração de vacinas com técnicas de transgenia.