Impacto da ciência na construção de resiliência no agronegócio é destaque na Expointer
Pesquisadores e governo debateram como a ciência contribui para proteger o agronegócio gaúcho dos eventos climáticos extremos
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Diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas, a integração entre ciência e agronegócio se mostra essencial para garantir a produção de alimentos, preservar os recursos naturais e reduzir os impactos ambientais. Essa análise deu o tom à roda de conversa promovida pelo Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática, do Plano Rio Grande, na 48ª Expointer, na sexta-feira (4/9).
Pesquisadores e representantes do governo debateram como a ciência contribui para a construção de resiliência do agronegócio gaúcho frente a um novo cenário, fortemente impactado por eventos extremos, como estiagens prolongadas e precipitações intensas.
Articulação
A secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia, Simone Stülp, discorreu sobre o papel do Estado na articulação de medidas efetivas, mediando a interação entre academia, gestão pública e as comunidades. Ela apresentou os objetivos do Centro de Referência Internacional em Estudos Relacionados às Mudanças Climáticas (Criec), lançado em agosto pelo governador Eduardo Leite.
Conforme apontou a secretária, o foco do Criec é a promoção de soluções para adaptação e resiliência frente às mudanças climáticas e a mitigação dos seus efeitos, de forma a posicionar oEstado como uma referência para localidades com vulnerabilidade climática.
“A partir de uma rede de pesquisa formada e fortalecida, poderemos construir políticas públicas mais relacionadas aos desafios do Rio Grande do Sul. Além da conexão com universidades e institutos de pesquisa aqui do Estado, trabalharemos com uma lógica de mobilidade com centros de referência do mundo, para que a gente possa buscar as melhores práticas produzidas e trazê-las para cá”, detalhou Simone.
Apoio à ciência
O painel contou com a participação do diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), Odir Dellagostin, que abordou o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento voltado a Desastres Climáticos.
“Nesse edital, tivemos 82 propostas aprovadas. São iniciativas que já estão indicando caminhos para que possamos reagir melhor em situações futuras, contribuindo para a sociedade como um todo”, disse.
Também participaram da discussão o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Elvio Giasson, que apresentou um diagnóstico de recuperação da funcionalidade dos solos e cenários futuros para uma agricultura resiliente; e o professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Jean Paolo Gomes Minella, que abordou estratégias de conservação de solo e de água em bacias rurais para a adaptação dos sistemas produtivos às mudanças climáticas. Ambos os projetos foram contemplados pelo edital da Fapergs.

Reunião estratégica
Na segunda agenda do dia, também no estande do governo, o Comitê Científico realizou sua sétima reunião extraordinária, com foco no Centro de Inteligência do Agronegócio. A iniciativa, vinculada à Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), visa a mapear e fomentar oportunidades para geração e agregação de valor aos produtos, negócios e cadeias produtivas do Estado, utilizando inovação, ciência e tecnologia como ferramentas para promover inteligência coletiva e competitividade.
Conforme destacou secretário-adjunto da Sict, Mário Augusto Gonçalves, a escolha da Expointer como palco para essa discussão reforça a relevância do tema para o futuro sustentável do Estado, unindo setores produtivos, governo, academia e sociedade. Ele apresentou um panorama dos efeitos de secas e chuvas intensas em anos recentes, ressaltando que é função do Centro de Inteligência do Agro fazer conexões entre os agentes envolvidos com a pauta.
“O Rio Grande do Sul está entre as regiões mais vulneráveis no Conesul, com impacto no setor primário e na situação financeira e emocional das famílias. Considerando essa realidade, estamos ouvindo os produtores, as entidades de classe e outros setores, para uma análise e proposição de ações estratégicas e condizentes com a condição atual e as necessidades do setor agrícola”, resumiu.
Texto: Édson Coltz/Ascom Expointer
Edição: Ascom Expointer