Inauguração de Centro de Atendimento dá início ao plano de combate ao crack no RS
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A inauguração do primeiro Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD) 24 horas, na manhã desta terça-feira (17), na Vila IAPI, zona norte de Porto Alegre, deu início à implantação do plano gaúcho de combate ao crack. Já a adesão do Estado ao plano nacional Crack, é possível vencer ocorrerá às 15h, no Palácio Piratini, com a presença do governador Tarso Genro e dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, da Saúde, Alexandre Padilha, e da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência, Maria do Rosário, além do prefeito da Capital, José Fortunati.
O Caps-AD do IAPI será o primeiro dos oito que serão instalados na Capital e funcionarão 24 horas. Operado em parceria entre prefeitura e Grupo Hospitalar Mãe de Deus, o centro oferecerá 15 leitos para dependentes químicos. Na inauguração, o ministro Alexandre Padilha destacou a importância dos Caps 24 horas, até então inexistentes na Capital. Segundo ele, os problemas causados pela abstinência ocorrem, muitas vezes, depois do fechamento dos centros. Às vezes, o dependente precisa dormir nem que seja uma noite no Caps, explicou.
Padilha destacou, ainda, o trabalho em rede. Por muitos anos, a discussão no campo da saúde foi cada um dizendo que o ‘seu serviço era melhor. Nossa experiência diz que os motivos que levam a pessoa ao crack são tão distintos que não podemos ter só um tipo de atendimento, argumentou o ministro.
Implantada em parceria entre os governos federal, estadual e municipal, a versão gaúcha do plano prevê a implantação das ações previstas até 2014 (veja lista baixo). Porto Alegre é a primeira cidade a receber o projeto-piloto no Rio Grande do Sul. A implementação das ações será dividida entre as secretarias estaduais da Justiça e dos Direitos Humanos (SJDH), da Segurança, da Saúde e do Trabalho e Desenvolvimento Social e a prefeitura municipal de Porto Alegre. Os recursos também serão compartilhados entre as três esferas.
Prevenção
Coordenadora do plano no RS, a SJDH ficará encarregada das ações de prevenção, por meio de iniciativas como as Casas da Juventude. No mês de maio, os espaços serão instalados em três comunidades da Capital: Restinga, Lomba do Pinheiro e Vila Cruzeiro. Nesses locais, serão oferecidas atividades culturais, educativas, de lazer e capacitação profissional.
Outra ação da SJDH é o projeto Porta de Saída. A iniciativa prevê convênios com entidades, como Calábria, Pão dos Pobres e Associação do Bem-Estar da Criança e do Adolescente (Asbem), para oferecer capacitação profissional e inserção no mercado de trabalho dos dependentes após o tratamento. Também caberá à secretaria promover campanhas de prevenção e conscientização, em parceria com demais poderes e sociedade civil.
Para o secretário Fabiano Pereira, a união entre os governos federal, estadual e municipal é o que fará a diferença na luta contra o crack. Todos vinham fazendo várias ações, mas é essa organização dos diversos órgãos que será o diferencial, completa ele.
Plano gaúcho de combate ao crack
Ações na área de saúde
- 8 Centros de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD) com capacidade para 130 leitos
- 120 enfermarias especializadas
- 4 consultórios de rua
- 9 equipes de abordagem
- 4 unidades de atendimento adulto e duas infanto-juvenil
Ações na área de segurança
- 3 bases móveis de monitoramento (veículos)
- 60 câmeras de videomonitoramento instaladas em pontos estratégicos
- 120 profissionais especializados
Ações de prevenção
- 330 Policiais-educadores capacitados
- 107 escolas incluídas no Proerd
- 1 mil agentes de segurança pública, entre policiais civis, guardas municipais e policiais comunitários, com formação presencial por meio da criação dos Centros Regionais de Referência para Capacitação (CRRs)
- Mais de 4 mil agentes, entre operadores do Direito, conselheiros tutelares, profissionais de saúde e assistência social, lideranças religiosas e representantes de comunidades terapêuticas, com formação à distância
Texto: Jaqueline Ramires da Silveira
Foto: Gabriel Gabardo
Edição: Redação/Secom (51) 3210-4305