Ingresso de fiscais concursados qualifica defesa agropecuária
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Os primeiros 40 dos 130 fiscais agropecuários aprovados no último concurso público da Secretaria da Agricultura começaram a tomar posse nesta terça-feira (18). O primeiro grupo será lotado nas regionais de Alegrete, Bagé, Caxias do Sul, Cruz Alta, Erechim, Estrela e Ijuí. O segundo grupo começa a ser empossado quarta-feira (19) e terá como sedes Lagoa Vermelha, Osório, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Pelotas e Porto Alegre. Já o terceiro assume sexta-feira (21) e vai para Rio Pardo, Santa Rosa, São Luiz Gonzaga, Soledade e Uruguaiana.
Os novos fiscais fazem parte do processo de modernização da agropecuária gaúcha e da recuperação das funções públicas do Estado. Distribuídos por todo o Estado, vão reforçar o serviço de fiscalização de defesa sanitária e de orientação aos produtores rurais.
O governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, investe R$ 60 milhões na reestruturação da defesa. Adquiriu 368 veículos, móveis, computadores e está reformando as 248 Inspetorias de Defesa Agropecuária (IDA).
Sanidade e qualidade dos produtos
Se uma das motivações para ingressar no serviço público, em princípio, é a estabilidade, outra pretende. O veterinário Maurício dos Santos, 41 anos, pretende, com o seu trabalho, garantir que a população consuma produtos de qualidade. As facilidades de ficar em Porto Alegre não o impediram de trocar o grande centro pelo interior: ele trabalhará na regional de Estrela.
Convicto de seu objetivo como agente público estadual, quer primar pela fiscalização dos produtos de origem animal e ajudar os produtores a terem mais renda, orientando-os tanto na prevenção de doenças quanto na diversificação da produção. Conhecedor da atividade rural, sabe que um dos desafios atuais está em fazer com que os agricultores, e seus filhos em particular, permaneçam no campo. “De um lado, temos de primar pela qualidade e sanidade dos alimentos. Com isso, estaremos consumindo produtos de qualidade e atingindo os mercados mais exigentes, gerando renda para o produtor e para o Estado, que pode reinvestir em política pública”, afirma.
Diálogo resultou em políticas públicas
Quando assumiu a Seapa em 2011, o secretário estadual da Agricultura Luiz Fernando Mainardi sabia, dentre outras coisas, da necessidade de suprir déficit de pessoal. Priorizou a busca de recursos junto ao governo federal para recuperar o tão combalido e sucateado sistema de defesa sanitária.
As inspetorias e os próprios servidores estavam sem investimentos há pelo menos 40 anos. Ao longo do tempo, as estruturas funcionavam através de doação de prefeituras e sindicatos rurais. Em um Estado eminentemente rural, tal situação configurava um contrassenso com a atividade.
“A par das condições do sistema de defesa, o governador Tarso Genro nos deu duas tarefas: modernizar o sistema e fazer com que o produtor tenha dinheiro no bolso. Penso que estamos cumprindo esse papel”. Em 2013, confirmando as previsões, o Rio Grande do Sul cresceu duas vezes mais que o país. “Não por acaso, com a ajuda da agropecuária, o Estado cresceu quase 6% no ano passado, mais do que o dobro do Brasil. Pelo terceiro ano consecutivo, oferecemos o Plano Safra Estadual, que, aliado ao nacional, está impulsionando a modernização das propriedades, oferecendo crédito a juros baixos para armazenagem compra de maquinário, por exemplo”, destacou Mainardi.
A retomada da ovinocultura, o aumento da área irrigada com o programa Mais Água, Mais Renda, o incentivo à diversificação de culturas, inseminação artificial para a pecuária familiar, a criação do Instituto Gaúcho do Leite, dentre outros, por exemplo, compõem parte dos programas implantados em três anos pela Secretaria da Agricultura em parceria com as cadeias produtivas.
“O conjunto de políticas públicas criadas a partir das discussões das Câmaras Setoriais tem ajudado o produtor a compreender a necessidade de diversificar a produção para obter mais renda. Ele também está investindo em irrigação, que serve com uma espécie de seguro agrícola. Durante muitos anos, a monocultura, especialmente na Metade Sul, foi responsável pela derrocada econômica e social daquela região”, defendeu Mainardi.
Texto: Daniel Cóssio
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305