Klein alerta para o déficit de armazenagem de grãos
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O secretário da Agricultura e Abastecimento, Odacir Klein, presidiu, nesta terça-feira (17) à tarde, a primeira reunião do Grupo de Trabalho em Armazenagem, que tem a meta de avaliar e propor ações que garantam armazenamento, secagem e escoamento da produção gaúcha da safra 2004/2005. Conforme o secretário, o Rio Grande do Sul apresenta uma deficiência preocupante de depósito e de transporte de grãos. Na última colheita, a estiagem resolveu, infelizmente, o problema, afirmou Klein, ao lembrar que a perda de lavouras devido à seca foi a razão de não ter ocorrido a superlotação de silos e armazéns prevista por especialistas no início do ano. Se a próxima safra for muito expressiva, 30% da colheita não será armazenada, projetou. O secretário indicou que para equacionar a falta de estocagem deve haver a maior captação de financiamentos de instituições federais, a exemplo do programa Moderinfra, administrado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Ele também apontou a necessidade da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SAA), em parceria com os segmentos produtivo e de transportes, realizar levantamentos sobre a capacidade de armazenagem das cooperativas, iniciativa privada e portos, além das organizações vinculadas à SAA, como Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) e Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), e ao Mapa, caso da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Outro estudo necessário refere-se à logística, com o levantamento das carências como a do setor ferroviário, ponderou Klein. Segundo o superintendente técnico-comercial da Cesa, Luis Carlos Hackbart de Oliveira, as gerências das oito regionais da estatal estão preocupadas com a melhoria da cadência de recebimento de grãos da produção de 2004/2005. A solução da armazenagem no Estado seria dada em dois ou três anos, estimou Oliveira. De acordo com a Emater, o sistema de silos no Estado tem capacidade total para 19,55 milhões de toneladas, porém, se forem descontadas 1,59 milhão de toneladas da rede portuária e 2,86 milhões em graneleiros convencionais, a efetiva disponibilidade de armazenagem de grãos cai para 15,1 milhões de toneladas. A relação disponibilidade de estocagem contra produção em território gaúcho baixou de 0,97 em 2001 para 0,75 em 2003. Esse índice, em países como Estados Unidos e Canadá, é de 2,5. Para o Estado, admite-se como razoável 1,5. Na avaliação da Emater, a relação para medir armazenamento deve ter caído para 0,67.