Klein debate com produtores preço mínimo da uva
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Líderes do setor vitivinícola discutiram com o secretário da Agricultura e Abastecimento, Odacir Klein, o preço mínimo da uva. Enquanto a indústria considera elevado o valor de R$ 0,42 estabelecido pelo governo federal para a fruta com 15 graus de açúcar, os agricultores se queixam de que os fabricantes não querem honrar o preço fixado. Diante do impasse, documento entregue a Klein pelo presidente da Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), Júlio Fante, diz que assembléia da instituição aprovou a suspensão, por empresas, do recebimento de uvas híbridas americanas na safra 2005 a partir desta quinta-feira (24). Não se pode incentivar o descumprimento da política de preço mínimo como também não pode obrigar a aquisição do produto, avaliou o secretário. Ele levará o tema ao conhecimento do governador Germano Rigotto nesta quarta-feira (23). O assunto é grave e precisa de negociação, justificou Klein. A cadeia vitivinícola também reivindicou a criação de grupo de trabalho para incentivar o engarrafamento de vinho na origem e evitar a comercialização a granel. Com a saída da bebida em pipas para outros estados, o Rio Grande do Sul perde R$ 30 milhões em geração de ICMS, o segmento deixa de faturar R$ 214 milhões e 1,5 mil trabalhadores ficam sem emprego, pondera o secretário do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani. Em 2004, foram comercializados 148,9 milhões de litros a granel, equivalentes a 61,18% do total de 243,4 milhões de litros industrializados em território gaúcho. O debate ocorreu no distrito de Otávio Rocha, em Flores da Cunha, onde o secretário visitou a 10ª Festa Colonial da Uva (Fecouva). Além de Klein, Fante e Paviani, participaram da reunião o diretor do Departamento de Produção Vegetal (DPV) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, Adoralvo Schio, os presidentes da Comissão Interestadual do Vinho, Olir Schiavenin, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caxias do Sul, Raimundo Bampi, do Ibravin, Arnaldo Passarin, e da Associação Brasileira de Enologia (ABE), Cléber Andrade.