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Competição de poesia falada encanta público no South Summit Brazil

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Victor Martim Pires Terra, o Relíquia, faz parte do Centro da Juventude Viamão
Victor Martim Pires Terra, o Relíquia, faz parte do Centro da Juventude Viamão - Foto: Solange Brum/Ascom Sedac

“Aí, peço licença aos mais velhos. Peço licença aos mais novos. Deixem eu me apresentar. Eu sou a voz do meu povo! E agora eu quero perguntar: conseguem me ver? Conseguem me ouvir? Conseguem me sentir?”. Assim começou a poesia falada por Relíquia, o vencedor do Poetry Slam. Por meio dela, o poeta provocou o público a pensar sobre assuntos como desigualdade social, ancestralidade negra e potencial da arte. A final da competição promovida pela Secretaria da Cultura (Sedac) ocorreu nesta sexta-feira (22/3), no South Summit Brazil, evento correalizado pelo governo do Rio Grande do Sul.

Relíquia é o apelido (ou “vulgo”, na linguagem slammer) de Victor Martim Pires Terra, que faz parte do Centro da Juventude (CJ) Viamão. Além dele, outros cinco jovens integrantes de CJs – projeto vinculado à Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) – participaram da disputa: Matheus Goulart Trindade (Teuzin, vice-campeão) e Kelvin Bryan Santos da Silva (Du Black), do CJ Ruben Berta; Roberta e Silva Marques (Marques), do CJ Viamão; e Norton Matheus dos Santos Nunes (Du Santa) e Patrick Oliveira da Silva (Patrick), do CJ Cruzeiro. Eles classificaram-se para a final depois de disputar uma seletiva, que ocorreu na terça-feira (19/3), na Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ).

As poesias apresentadas falaram da realidade, dos desafios e das potencialidades de jovens, negros e mulheres que vivenciam processos de marginalização social. Realizada à beira do Guaíba, no palco Music do South Summit, a batalha de poesia atraiu grande público, composto também por 60 jovens de CJs que receberam ingressos para assistir à grande final. A mestre de cerimônias (ou “slam master”) foi Mariana Marmontel, e as apresentações foram avaliadas pelos jurados Nathi MC (Poeta Desperta), Pablo Dalavera e Narrador Kanhanga. A atividade também contou com a participação de Felipe Deds, na contagem das notas, e Sanny Figueiredo, que fez a chamada “calibragem” (primeira apresentação, fora da competição). Pela Sedac, o evento foi organizado pelos assessores técnicos Rochele Lino e Fabrício Marquezin.

Vice-governador Gabriel Souza e secretários de governo prestigiaram a competição
Vice-governador Gabriel Souza e secretários de governo prestigiaram a competição - Foto: Solange Brum/Ascom Sedac

Ao final, após um empate entre Relíquia e Teuzin (que conquistaram, ambos, três notas dez), o júri decidiu conceder a vitória ao primeiro. Como prêmio, ele recebeu R$ 1.000,00 e, por meio de parceria com a Central Única de Favelas (Cufa), se apresentará no palco principal da Expo Favela Innovation, em Porto Alegre. O Poetry Slam foi realizado pela Sedac em parceria com a SJCDH e a Secretaria Extraordinária de Inclusão Digital e Apoio às Políticas de Equidade (Seidape), cujos secretários – Fabrício Peruchin e Lisiane Lemos, respectivamente – estiveram presentes na final. O projeto vai oportunizar, ainda, uma formação continuada sobre essa modalidade de poesia, com oficinas de formação que devem ocorrer a partir do mês de maio, nos seis CJs, e serão abertas a todos os jovens, mesmo que não tenham participado da competição.

O Rio Grande do Sul é o terceiro Estado com maior número de slams no país, tendo mais de 30 coletivos que praticam essa modalidade. Na abertura da atividade, o vice-governador do Estado, Gabriel Souza, afirmou que “o South Summit é um evento para todos os gaúchos e precisa incluir formas de expressão da cultura popular, como o slam”. A secretária de Estado da Cultura, Beatriz Araujo, destacou que “o South Summit já era um sucesso, mas ainda faltava uma coisa: o slam, que é bem-vindo aqui assim como é bem-vindo nas políticas públicas do Estado”. A fala da secretária, valorizando a arte do slam, vai ao encontro do que disse Relíquia, em um trecho de sua poesia: “Visualize uma criança. Antes de começar a falar, ela canta, certo? Antes de começar a escrever, ela desenha. E no momento em que consegue ficar de pé, é lindo vê-la dançar. A arte é fundamental pra expressão humana”.

Texto: Douglas Carvalho/Ascom Sedac
Edição: Marcelo Kervalt/Secom

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