Um movimento majoritariamente indígena que prefere a força das palavras em lugar dos fuzis e que dá voz aos sem voz. Este é tema central de Zapatistas – A Velocidade dos Sonhos, livro de Marco Brige, Pedro Ortiz e Rogério Ferrari e da exposição fotográfica homônima de Rogério Ferrari, com coquetel de lançamento e abertura de exposição, em Porto Alegre, na quinta-feira (1º), na Fotogaleria Virgílio Calegari – 7º andar – da Casa de Cultura Mario Quintana. O movimento zapatista, representado pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional – EZLN – e pelas comunidades indígenas do sudeste do México, que são suas bases de apoio e sua cara-metade civil, surpreende e instiga a curiosidade do mundo desde janeiro de 1994, quando apareceu publicamente nas selvas de pequenas cidades do empobrecido estado de Chiapas. De lá para cá, os zapatistas resistiram aos ataques e pressões do governo, do exército federal e de grupos paramilitares. O movimento zapatista existe até hoje e vem se expandindo através da sua iniciativa mais recente, La Otra Campana. Trata-se de uma caravana que há 10 meses percorre todos os cantos do México, de sul a norte, entre montanhas e pelo litoral, nas pequenas vilas ou aldeias e nas grandes metrópoles do país. A exposição fotográfica Zapatistas - A Velocidade do Sonho conta com 25 fotos P&B, de autoria do fotógrafo Rogério Ferrari. O trabalho é resultado da vivência do fotógrafo nas comunidades zapatistas e retrata o cotidiano dos seus territórios. Zapatistas – A velocidade do Sonho – tem coquetel de abertura, no dia 1º de novembro, às 19 horas, na Casa de Cultura Mario Quintana, com a presença de Ferrari. Na ocasião, será exibido um vídeo do jornalista, documentarista, diretor da TV USP e um dos autores do livro homônimo, Pedro Ortiz. A mostra permanece em exposição até 30 de novembro, na Fotogaleria Virgílio Calegarari. Visitações de terça a sexta, das 9h às 21h. Sábados, domingos e Feriados das 12 às 21h. Entrada Franca. O livro – Zapatistas - A Velocidade do Sonho - percorre um pouco da trajetória deste movimento da história recente das lutas sociais na América Latina. Os autores oferecem análises sobre a dimensão política, histórica, social e cultural do movimento, sobre as estratégias de comunicação do EZ, em que a Internet é ferramenta fundamental. A obra também conta com uma entrevista exclusiva do sub-comandante Marcos, reproduções de seus comunicados e da comandância zapatista e citações sobre o universo mítico das populações ancestrais de Chiapas. No livro, os autores, que vivenciaram muitas experiências pessoais e profissionais em território zapatista, não pretendem oferecer nenhuma explicação acabada sobre o movimento, nenhuma verdade acerca do que são ou não são os zapatistas do sudeste mexicano. Querem apenas compartilhar com os leitores suas experiências e visões sobre o movimento e oferecer uma porta de entrada aos que ainda não conhecem a trajetória do EZLN.