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Margs realiza segundo encontro do ciclo “Mulheres artistas: questões atuais”

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Exposição Gostem ou não
Mostra "Gostem ou não" ocorre em paralelo ao projeto “Mulheres artistas: questões atuais” - Foto: Ascom Margs

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) realiza o segundo dos três encontros do ciclo Mulheres artistas: questões atuais – Interseccionalidade na próxima terça-feira (10/3), a partir das 16h, no auditório da instituição. O objetivo é discutir questões pertinentes às mulheres na atualidade. Participam Ana dos Santos, professora de Literatura Brasileira e poeta; Angélica Kaingang, indígena do povo Kaingang; e Cristina Ribas, PhD em Arte pelo Goldsmiths College University of London. As vagas são limitadas a 60 lugares, por ordem de chegada, e não há necessidade de inscrição.

O projeto Mulheres artistas: questões atuais é realizado desde 2015, com organização do Núcleo Educativo do museu. Neste ano, o projeto ganhou uma edição ampliada, realizada em conjunto com o programa público da exposição Gostem ou não – Artistas mulheres no acervo do Margs. Inaugurada em dezembro e em exibição até 22 de março, a mostra coletiva tem curadoria do grupo de pesquisa Mulheres nos Acervos, formado por Cristina Barros, Marina Roncatto, Mel Ferrari e Nina Sanmartin.

Ao propor e convidar os públicos a uma reflexão sobre interseccionalidade e sobre a necessidade de pensar em feminismos no plural, Mulheres artistas: questões atuais – Interseccionalidade pretende discutir questões pertinentes às mulheres na atualidade sob diferentes perspectivas, por meio de um exercício de escuta das narrativas individuais das convidadas e do compartilhamento de experiências, entendendo que o pessoal também é político e que o relato de uma pode gerar reações em muitas outras pessoas.

Mulheres artistas

Participantes do Mulheres artistas: questões atuais

Ana dos Santos
Professora de Literatura Brasileira e poeta. Mestranda em Estudos Literários Aplicados do PPG Letras/UFRGS, ministra a oficina de escrita criativa Mulher negra, meu corpo, minha voz. Tem dois livros publicados: Flor (2009) e Poerotisa (2019). Faz parte do catálogo Intelectuais negras visíveis (UFRJ) e é acadêmica da Academia de Letras do Brasil/Rio Grande do Sul na cadeira 100, com a patrona Lélia Gonzales.

Angélica Kaingang
Indígena do povo Kaingang, mulher, mãe. Pertence à terra indígena Votouro, norte do estado do Rio Grande do Sul, lugar onde nasceu e cresceu, até o momento de ingressar na universidade. Atualmente mora na retomada de território indígena Tupã Nhe'e Kretã, litoral do Paraná. Por todos esses lugares citados se dão as territorialidades Kaingang. É formada em Serviço Social pela UFRGS, para onde retorna este ano a fim de cursar mestrado no Programa de Pós-graduação em Política Social e Serviço Social. Atua no movimento indígena na defesa e disseminação dos conhecimentos e lutas indígenas.

Cristina Ribas
Realiza estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação de Artes Visuais (PPGAV) do Instituto de Artes da UFRGS. PhD em Arte no Goldsmiths College University of London. Trabalha como artista, pesquisadora e curadora. Tem escrito sobre feminismo, arte e política, animada por feminismos transversais e pela maternidade. Concebeu a plataforma online Desarquivo.org para livre uso. Faz parte da Red Conceptualismos del Sur.

Sobre a exposição
Com o objetivo de trazer a público uma exposição sobre artistas mulheres no acervo do Margs, as autoras do projeto Mulheres nos Acervos, que pesquisam a produção artística feminina nas coleções públicas de arte de Porto Alegre, foram convidadas a desenvolver uma proposição curatorial-expositiva para o museu. Integram o grupo Cristina Barros, Marina Roncatto, Mel Ferrari e Nina Sanmartin, que são alunas ou egressas do curso de graduação em História da Arte do Instituto de Artes da UFRGS.

Em interlocução com a direção do Margs, as pesquisadoras organizaram uma mostra a partir de suas investigações e reflexões. Intitulada Gostem ou não – Artistas mulheres no acervo do Margs, a coletiva apresenta, em formato expositivo, uma investigação recente sobre a presença e a representatividade das artistas mulheres no acervo do museu, ao mesmo tempo integrando o contexto mais amplo do projeto de pesquisa, que tem resultado em mostras organizadas pelas pesquisadoras nas outras instituições cujos acervos são também objeto do estudo.

O título da mostra no Margs é baseado em uma afirmação feita pela pintora Alice Brueggemann (1917-2001) ao jornal Correio do Povo, em 1964: “Se gostam ou não do que faço não me interessa”. Nesta ocasião, Brueggemann já era uma artista de trajetória consolidada, mas mesmo assim era frequentemente indagada sobre as escolhas de sua pesquisa artística.

A partir da análise feita sobre o acervo do Margs, o grupo de pesquisadoras apresenta em sua curadoria artistas e obras, de valor artístico e histórico, que consolidaram suas carreiras por meio de instâncias de legitimação ou autolegitimação em diferentes períodos da história da arte.

Além do levantamento de dados efetuado pela pesquisa, Gostem ou não apresenta obras do acervo artístico do Margs nunca expostas, como Projectio I (1984), de Regina Silveira, e Atlas do céu azul (2008), de Marina Camargo, e também aquisições recentes de artistas como Alice Brueggemann, Christina Balbão e Maria Lídia Magliani.

No Margs, a simultaneidade da exposição do projeto Mulheres no Acervo e da individual de Mariza Carpes, que ocupam todas as salas expositivas do segundo pavimento, foi concebida propositadamente. A intenção é criar um contexto preliminar para a chegada da 12ª Bienal do Mercosul, que entre abril e julho de 2020 ocupará todo o museu com uma edição voltada às relações entre arte e feminismo.

SERVIÇO

O quê: 2º encontro Mulheres artistas: questões atuais – Interseccionalidade
Data: 10 de março (terça-feira), às 16h
Local: Auditório do Margs
Ingresso: gratuito

Texto: Cláudia Antunes/Ascom Margs
Edição: Secom

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