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Melão é desafio para produtores da Campanha

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O diretor administrativo da Emater/RS e presidente do Comitê de Fruticultura da Metade Sul, Afonso Hamm, disse hoje (12), durante a abertura da Reunião Técnica do Melão, em Bagé/RS, que o desenvolvimento da produção de melão é um desafio. Eu chamaria de desafio dos desafios, porque só podemos assumir compromisso de desenvolvimento do setor com aqueles produtores que assumam igualmente a responsabilidade de produzir e entregar a fruta, declarou. O encontro apontou as principais dificuldades para a cultura, como a inexperiência no manejo, a descapitalização, a indisponibilidade de insumos e equipamentos e as ações de pós-colheita deficitárias. Porém, a constatação mais animadora e que contribui para o fortalecimento da atividade é a aproximação dos agricultores em associações municipais onde, na sua maioria, recebem assistência técnica da Emater/RS, disse o técnico do escritório regional da Emater/RS, Tailor Luz Garcia. Segundo Tailor, os produtores têm conseguido desta forma apoio das prefeituras municipais no repasse de kits de irrigação e serviço de patrulha agrícola, entre outros. Outras vantagens apontadas pelos técnicos é o apoio do Comitê de Fruticultura da Metade Sul, a capacidade dos produtores em buscar o desenvolvimento do plantio de melão e o Programa Estadual de Fruticultura (Profruta/RS), lançado recentemente pelo governo do Estado. Durante todo o dia, técnicos e produtores debateram aspectos ligados ao diagnóstico efetuado pela Emater/RS sobre a cultura do melão no Rio Grande do Sul e na região da Campanha. O primeiro cultivo comercial de melão na região foi em 1997, em Candiota, quando, em apenas um hectare, foram produzidos 40 toneladas, comprovando indicações da pesquisa e extensão sobre as condições naturais favoráveis à atividade, principalmente no que se refere ao clima. Atualmente, são cultivados, na região de Bagé, cerca de 52 hectares, envolvendo 35 agricultores familiares. O sistema é desenvolvido basicamente com mão-de-obra familiar complementada com algumas contratações temporárias. A região é privilegiada no aspecto de ensino, assistência técnica e pesquisa. Face à dificuldade do desenvolvimento das atividades tradicionais (pecuária), os produtores estão motivados a modificar a atual matriz produtiva, incorporando novas atividades, com mercado garantido e rentável, disse o representante da Embrapa Clima Temperado, Gilberto Bevilácqua. O especialista em mercado e comercialização de frutas da Ellu Agronegócio, de São Paulo/SP, André Afonso Alves, disse que para se obter sucesso nas vendas é necessário adotar embalagem adequada, transporte cuidadoso, negociação correta, qualidade compatível, preço competitivo e cobrança eficiente. Estes fatores são os principais para que o produto chegue ao consumidor e retorne em benefícios para a outra ponta, aquela que fica no campo dedicada ao fornecimento de um produto diferenciado, com a garantia de qualidade exigida pelos consumidores de todo o país, ressaltou Alves. Dentro das propostas apresentadas para o desenvolvimento da cultura do melão está o mapeamento da cadeia produtiva na Metade Sul do Estado. As áreas de plantio precisam ser planejadas através de ações de pesquisa para os sistemas convencional e agroecológico. A distribuição de informações de mercado e o programa de capacitação para agricultores e técnicos são outros dois objetivos da Embrapa, Emater/RS e Comitê de Fruticultura da Metade Sul para este produto que tem um enorme potencial de expansão, disse Afonso Hamm.
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