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Melhoria da produção de ovinos reúne instituições

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Avaliar os sistemas de pastejo para a produção de ovinos é a meta do projeto que está sendo executado em parceria pela Emater/RS-Ascar, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Cooperativa de Lãs Tejupá e Prefeitura de São Gabriel. O convênio foi oficializado nesta semana, com a expectativa de determinar o método mais rentável para a criação de ovinos na região. Os estudos também vão analisar o impacto ambiental causado pelos diferentes tratamentos e monitorar a verminose nos rebanhos ovinos, em São Gabriel. O projeto está em andamento desde setembro do ano passado. A equipe envolvida acredita que a ovinocultura é uma alternativa viável para os sistemas de produção da Metade Sul do Estado, especialmente para um tipo de produtor identificado, conforme estudo do agrônomo da Emater/RS-Ascar, Cláudio Ribeiro, como pecuarista familiar. Estima-se a existência de mais de oito mil propriedades da Campanha e Fronteira Oeste enquadradas nesse segmento, dedicado basicamente à pecuária de corte em áreas que, em sua maioria, não ultrapassam os 100 hectares. Para os técnicos, a vantagem da atividade é aproveitar os recursos disponíveis nas propriedades para gerar renda dentro de um sistema biologicamente sustentável. Aliada a esse benefício, estão as perspectivas positivas de recuperação do setor. Expansão A valorização da carne ovina elevou o preço do quilo vivo para em torno de R$ 3,00, enquanto a carne bovina fica em R$ 1,20, em média. A expansão da atividade depende, no entanto, da melhoria da rentabilidade por área. No Rio Grande do Sul, o rebanho bovino é criado basicamente em pastagens nativas que apresentam variações em seu valor nutritivo ao longo do ano e estacionalidade da produção. Essas características são agravadas, muitas vezes, pelo manejo inadequado das pastagens, como a falta de adubação e elevado índice de pastejo. A baixa disponibilidade de forragem de qualidade acarreta no aumento do tempo necessário para engorda dos animais. Por isso, as instituições estão avaliando os ovinos testados em pastagens nativas, alternando os métodos de pastejo contínuo, pastejo rotacionado e campo nativo melhorado com pastejo rotacionado. Nesta época, alguns animais estão sendo submetidos a pastejo contínuo com milheto, que será substituído no inverno por azevém. Nesta primeira etapa, o experimento conta com 40 ovelhas e cordeiros da raça Corriedale, que estão sendo disponibilizados pela cooperativa. De acordo com o professor e pesquisador da UFSM Fernando de Quadros, o processo vai disponibilizar aos produtores um estudo da região, na área de manejo de ovinos. Com esse trabalho, vamos mostrar as potencialidades em termo de produção de pastagem natural, avaliando o desenvolvimento de machos para abate e a recria de borregas para o primeiro encriamento, destaca. Segundo ele, os primeiros resultados já começaram a aparecer. Mesmo com a estiagem que afeta a região, temos tido um excelente desempenho, pois conseguimos manter uma boa estrutura de pastagem natural no pastoreio rotativo, diz o professor. Cursos Também serão realizados cursos para os produtores, abordando desde a inseminação artificial de ovinos até a agroindustrialização, com o fornecimento de instruções sobre cortes e preparo de embutidos, a cargo da Emater/RS-Ascar. O investimento total do projeto será superior a R$ 316 mil. A proposta envolve uma equipe de 20 profissionais, sob a coordenação geral do pesquisador da Fepagro Jorge Dubal Martins. De acordo com o diretor-presidente da Fepagro, Carlos Cardinal, o projeto atende à demanda dos criadores de ovinos e, por isso, obteve apoios tão significativos. Além do apoio material da prefeitura, da cooperativa, da UFSM, da Emater/RS-Ascar e da Fundação, o produtor Nário Gonçalves teve um gesto significativo, emprestando ovinos para o trabalho de pesquisa, destaca Cardinal. Para ele, o convênio é um exemplo de como as instituições podem, em parceria, viabilizar a pesquisa agropecuária. Com ele concorda o presidente da Emater/RS, Caio Rocha, para quem o projeto é mais um fator que permitirá a retomada de crescimento da ovinocultura gaúcha. Trata-se de uma verdadeira força-tarefa voltada exclusivamente para alavancar a atividade, que precisa de mecanismos para impulsioná-la, acentua Rocha.
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