Melhoria habitacional combate a Doença de Chagas no RS
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Um programa de melhoria habitacional implantado no Rio Grande do Sul em zonas que apresentam fatores de risco para a Doença de Chagas torna as residências seguras à não infestação do barbeiro, inseto transmissor da enfermidade. O programa, uma parceria entre Secretaria Estadual da Saúde e Fundação Nacional da Saúde, já beneficiou mais de 1.200 famílias desde 2001 e foi apresentado com destaque no III Seminário Internacional de Engenharia e Saúde Pública ocorrido em Fortaleza no final de março. A implantação do programa ocorreu na Região Noroeste do Estado, onde ainda existem resíduos de infestação pelo barbeiro. Cerca de 40 municípios gaúchos ainda apresentam o problema. O Centro Estadual de Vigilância em Saúde faz um levantamento epidemiológico das regiões, diz a técnica da Vigilância Ambiental em Saúde, Célia Lammerhirt, e, a partir daí, são escolhidas as localidades prioritárias. Os critérios têm como base os índices de infestação do inseto e dados técnicos como: existência de habitações que necessitam das melhorias e viabilidade. As residências são reconstruídas ou reformadas, conforme a necessidade. Em 2001, foi realizado um inquérito sorológico em crianças de 0 a 5 anos de 188 municípios do Estado, que foram sorteados, e foi encontrada uma prevalência de 0,3%. Os casos podem ser congênitos, diz Célia, pois todas as mães destas crianças também tiveram a sorologia positiva. A Doença de Chagas crônica não é de notificação obrigatória, apenas os casos agudos, e estes há muito tempo não se tem notificação no estado. Ano passado, o Rio Grande do Sul recebeu a Certificação da Eliminação da Transmissão Vetorial da Doença de Chagas, outorgado pela Comissão da Iniciativa Intergovernamental do Conesul (INCOSUR). Um trabalho educativo e oficinas são realizados com os moradores, que são orientados a colocar telas nas janelas das casas, mata-juntas nas partedes internas e externas, a manter peças da casa ventiladas e iluminadas, além de evitar acúmulo de entulhos nos arredores da casa, explica a coordenadora do Serviço de Arquitetura e Engenharia da SES, Marta Grecelle. Os técnicos da SES preenchem um inquérito domiciliar, com as condições da moradia – material de construção, condições de segurança e conservação, e do seu entorno: galinheiro, pocilga, estrebaria, galpão e paiol, entre outros. Os dados servem de base para a elaboração dos projetos de melhoria, respeitando a cultura, a realidade local e o tamanho da residência, e a avaliação é contínua. Os projetos são elaborados pelos municípios e encaminhados para a aprovação da Funasa. O acompanhamento da obra é feito por visitas técnicas, quando são preenchidos relatórios com cronograma das etapas. Todo o o trabalho é feito com a integração entre os gestores do SUS.