Germano Rigotto, governador do Estado Durante quatro anos, governei o Rio Grande olhando para frente, inteiramente dedicado às tarefas que me correspondiam. Sei que as cumpri com total empenho de minhas energias e em permanente contato com três grandes vetores: as dificuldades a enfrentar, a defesa do interesse público, e o povo, de cujo convívio jamais me afastei. As dificuldades, conjunturais e estruturais são bem conhecidas. As primeiras foram determinadas pelo câmbio desfavorável às nossas exportações e por duas sucessivas estiagens, sendo que a do ano passado foi a pior da história. As segundas, as estruturais, drenam do Erário uma terça parte das nossas receitas através do pagamento da dívida com a União e da insuficientíssima indenização federal pelas isenções determinadas na Lei Kandir. Na defesa do interesse público agimos com rigorosa austeridade, que não sofreu um arranhão sequer. Pacificamos as relações políticas. Buscamos qualificar os serviços do Estado. Conquistamos, para nossa educação pública, a primeira posição do país. Nossos programas sociais conquistaram reconhecimento nacional e internacional. Nossas estatais mantiveram-se públicas e se tornaram rentáveis. Zelosamente, cuidamos de promover profundas e importantíssimas modificações no nosso perfil produtivo. Atraímos três centenas de médias e grandes empresas. São mais de 40 bilhões de reais em investimentos produtivos. Dezenas de milhares de novos postos de trabalho. O Rio Grande se converteu em ponto de convergência de empresas de alta tecnologia e algumas das maiores organizações mundiais de software foram, por nós, trazidas para cá. Em poucos meses seremos um dos seis únicos lugares do mundo onde se fabricam chips. Mudamos a fisionomia da Metade Sul com a reabertura de frigoríficos, com os grandes projetos florestais preparatórios para importantes investimentos em vários ramos industriais, com a indústria naval, com a fruticultura e com a mineração. Nossas relações com a sociedade foram marcadas pela transparência. Respeitamos a liberdade de imprensa. Dezenas de vezes interiorizamos o governo nas várias regiões do Estado. E sempre recolhi o carinho da nossa gente. Aos gaúchos e gaúchas, pelo que são e pelo que fazem, agradeço a oportunidade que me deram de os servir com total dedicação. Especial, Correio do Povo, 26/12/2006