Mortalidade infantil cai 10% no Estado
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O mais sensível indicador de saúde, a mortalidade infantil, apresentou uma queda de 10% em seu coeficiente neste ano no RS. Os dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS) mostram que em 2003 o índice, que era de 15,9 (para cada mil nascidos vivos), passou em 2004 para 15,1 e no primeiro semestre de 2005 caiu para 13,5. A projeção dos técnicos é de que o indicador permaneça neste patamar ou caia ainda mais até o final do ano, quando os números serão fechados. O resultado reflete a melhoria da atenção à saúde dos segmentos mais vulneráveis - mulheres e crianças - além da crescente escolaridade da população, da renda e do planejamento familiar. O dado expressa, em síntese, a qualidade de vida de um povo. A queda do índice foi resultado da ação simultânea de vários programas de governo - o Viva a Criança, o Saúde para Todos e o Primeira Infância Melhor. Em especial o Viva a Criança, que implantou uma rede de proteção às crianças de risco no Estado. O programa distribui anualmente R$ 1 milhão aos municípios que mais se destacam na redução ou manutenção de baixos índices de mortalidade infantil. Em abril deste ano, 300 municípios dividiram o prêmio. Para o secretário estadual da Saúde, recursos financeiros escassos nem sempre são a maior barreira. Com a participação decisiva de prefeitos, secretários municipais e agentes de saúde é no mínimo seis consultas pré-natais às gestantes na rede básica, devemos ficar nos 13,5 por mil nascidos vivos este ano. É o menor índice do Brasil, onde a média é de 27 por mil, destaca Osmar Terra. Apesar dos bons resultados que quebram uma barreira histórica de seis anos, o secretário quer ir mais longe. Nossa meta é chegar a um coeficiente abaixo de 10, e vamos conseguir, se todos nos envolvermos. Menores de um ano - O coordenador do Setor de Saúde da Criança e do Adolescente da SES, José Roberto Saraiva, explica que apesar da queda da natalidade no Estado, está havendo queda ainda maior no número de óbitos em menores de um ano. Isto é mais expressivo se for considerado o perfil da mortalidade infantil no RS, da qual dois terços provêm da morte neo-natal (primeiros 28 dias de vida). No mundo inteiro, estes óbitos são os de mais difícil prevenção, e no RS estamos conseguindo a redução graças a uma parceria com os gestores de saúde dos municípios, diz Saraiva. A parceria organiza a atenção básica da saúde materno infantil, o que inclui consultas às gestantes, identificação dos fatores de risco e acompanhamento do bebê na rede pública. A estratégia fundamental para prevenir este tipo de mortalidade é a qualificação do pré-natal. São convidados a participar desta iniciativa prefeitos, secretários municipais de saúde, diretores de hospitais, Pastoral da Criança, clubes de serviço, como Lions e Rotary, Conselho Municipal de Saúde e Ministério Público. Como atua o Viva a Criança O perfil das crianças que morrem é rastreado semanalmente em todos os municípios. Após a identificação das causas, é possível listar os principais fatores de risco pelas quais adoecem e morrem, que são: prematuridade, baixo peso ao nascer, baixa instrução da mãe, idade da mãe (menores de 20 anos e maiores de 35 anos), paridade materna (quatro filhos ou mais), e histórico de perda de filho vivo. Os hospitais cadastrados pelo SUS recebem incentivo federal (R$ 40), assim como as prefeituras (R$ 50), para cada gestante atendida desde o início da gravidez e logo após o parto, visando ao planejamento familiar. O número de centros de referência com UTI neonatal para gestante de risco está sendo ampliado para 26 no Estado, e outros já estão em estudo.