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Mostra celebra 80 anos de Henrique Fuhro

Exposição traça um panorama das obras do multifacetado artista gaúcho que conquistou visibilidade no cenário brasileiro

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“Que reconheçam meu estilo sem conferir a assinatura” (Henrique Fuhro. Diário de Notícias, Porto Alegre, 11 de novembro de 1973 - Foto: Reprodução

O marchand Renato Rosa - curador da exposição - apresenta mostra panorâmica de trabalhos do artista plástico gaúcho Henrique Fuhro (1938-2016), que completaria 80 anos no dia 14 de outubro deste ano. As imagens selecionadas exibem pinturas, desenhos e gravuras - que podem ser apreciadas entre os dias 05 de setembro e 14 de outubro-, no primeiro andar do Memorial do Rio Grande do Sul, na Praça da Alfândega, no Centro Histórico, Porto Alegre, RS. A expografia tem a assinatura de Cláudio Schapke. A entrada é franca.

Fuhro, o biógrafo da solidão, por Jacob Klintowitz:

"(...) A obra de Fuhro é construída numa técnica primorosa, severa, econômica. A complexa visão do artista foi sustentada por meios adequados criados por ela mesma. Nos últimos anos o motivo dos instrumentos musicais tornou-se uma constante. Um novo personagem do artista. É uma metáfora de oculta doçura: é possível criar uma música nova para a vida, quem sabe um solo improvisado de jazz, música que ele tanto amou. O artista nos deixou fragmentos do nosso tempo. Improvisos fulgurantes de um solo que só ele podia executar...".

O curador destaca a originalidade das telas, marcadas por um forte estilo pessoal, individualizado pela potencialidade das imagens. “Nessa fruição o público verá uma obra de qualidades únicas, frente às quais se torna impossível sermos indiferentes, porque parte de um princípio básico em arte: comunicabilidade/diálogo” - revela Renato Rosa.

Henrique Fuhro (Rio Grande, RS, 1938 – Porto Alegre, RS, 2006:

Artista autodidata. Pintor, gravador, desenhista e professor. Iniciou aprendizado em pintura em 1954, em Porto Alegre. Ainda nos anos 1950 dedica-se ao exercício da gravura, especialmente a xilogravura. Participa de salões a partir de 1957 e integra a Associação Francisco Lisboa, em 1958. Fez parte da 1ª Feira de Gravura, 1º SalãoPan-americano de Arte e Salão da Câmara Municipal. É um dos pioneiros professores do Atelier Livre de Porto Alegre. Estudou litografia com Danúbio Gonçalves em 1964.

No ano seguinte, realiza sua primeira exposição individual na Galeria Cândido Portinari, em Porto Alegre. Em 1967, recebe o 1º prêmio de gravura no Salão Cidade de Porto Alegre. Desde então acumula diversas premiações em salões de arte. Tem trabalhos incluídos no álbum "Dez Gravadores Gaúchos", 1965, editado por Júlio Pacello (São Paulo); I Bienal Nacional de Artes Plásticas de Salvador; recebeu o prêmio "EX-AEQUO" na 2ª Exposição da Jovem Gravura Nacional no MAC de São Paulo, expôs na IX Bienal Internacional de São Paulo.

Obteve premiações em Belo Horizonte, Curitiba; II Bienal de Artes Plásticas da Bahia em 1968; Coletiva de Arte Brasileira na Universidade de Stanford, Califórnia; Prêmio de Isenção de Júri no Salão Nacional de Arte Moderna no Rio de Janeiro; individual no Rio na Galeria Celina, 1969; prêmio de gravura no Salão de Campinas; integra a representação brasileira na II Bienal Latino-Americana Del Grabado em San Juan, Porto Rico, em 1970, mesmo ano que é escolhido com mais 30 artistas para a representação nacional na 11ª Bienal Internacional de São Paulo (1971); Exposição Pan-americana de Artes Gráficas em Cali, Colômbia e Prêmio de Aquisição no I Salão de Artes Visuais da UFRGS, Porto Alegre. A partir da década de 1970 dedica-se também ao desenho e retorna à pintura. Participa da XIII Bienal de São Paulo, 1973. Bienal Latino-americana de São Paulo, SP; Coletiva na Bélgica Créativitè Dans L´ArtBrésilien Contemporain, Musees Royaux de Beaux Arts de Belgigue, 1978; realiza exposição itinerante entre Campinas, Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo e Porto Alegre com a série de gravuras "Fair Tênis"; El Grabado Brasileño Contemporáneo, 1984, itinerante do Itamarati exibida nas Américas e países africanos. Dividiu, na década de 1990, exposição de gravuras emMontevidéu com Iberê Camargo e Danúbio Gonçalves. É verbete no "Dicionário de Artes Plásticas no Brasil", de Roberto Pontual; “Dicionário de Artes Plásticas no RS, de Renato Rosa e Décio Presser; "História da Arte Brasileira", de Pietro Maria Bardi; "História Geral da Arte no Brasil", de Walter Zanini; "Mestres do Desenho Brasileiro", "Artistas Gravadores Brasileiros", ambos de Jacob Klintowitz, "A criação Plástica em Questão", de Walmor Ayala, "A Gravura no Rio Grande do Sul 1900-1900" de Carlos Scarinci. Está catalogado no MARGS, Pinacoteca Rubem Berta, Pinacoteca Aldo Locatelli, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea do Paraná e na Universidade de Stanford (Califórnia), entre outros.

 Sobre o curador

Renato Rosa é natural de São Gabriel/RS (1946). Durante a década de 1960 fez teatro profissional em Porto Alegre e, em 1969, começa a trabalhar com artes plásticas. Organizou a primeira exposição de fotojornalismo no estado, “Diagrama 11”, em 1970, no Círculo Social Israelita. Em 1971 estagiou na Petit Galeria, de Franco Terranova, no Rio de Janeiro. Nesse ano dirige sua primeira galeria, Cyclo, em Porto Alegre. Entre 1973 e 1978 dirigiu a Galeria do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil-RS), trazendo pela primeira vez ao RS artistas como Volpi, Paulo Roberto Leal, Farnese de Andrade, Octávio Araújo, Rebolo, Zaragosa, Caulos e Pietrina Checcacci. Em 1977 estagiou na Galerie L’Oeil de Boeuf, Paris. Realizou a primeira exposição de João Câmara no RS para a Escola de Artes da UFRGS, Pinacoteca Barão de Santo Ângelo, com litografias da série “Cenas da Vida Brasileira”, em 1980.

Entre 1981 e 1984 dirigiu o Espaço Cultural Yázigi e a Galeria de Arte do Clube do Comércio. Registrou na imprensa o perfil de artistas gaúchos e nacionais nos anos 60, 70 80 e 90. Foi membro de júri em diversos salões de arte. Em 1985 inaugurou a Agência de Arte, onde apresentou a série “Rua 57”, de Siron Franco, e “Cadernos de Guerra”, de Carlos Scliar. Foi curador do Espaço Cultural Henrique Bertaso, da Livraria do Globo, em Porto Alegre. Atualmente está radicado na cidade do Rio de Janeiro, onde atua na Bolsa de Arte do Rio de Janeiro.

Henrique Fuhro – 80 anos

Mostra panorâmica de pinturas, desenhos e gravuras do artista plástico

Curadoria: Renato Rosa 

De quarta-feira (5) a 14 de outubro, de terça a sábado, das 10 h às 18 h, domingos e feriados, das 13 h às 17 h, com entrada franca. 

Memorial do Rio Grande do Sul (primeiro andar)

Centro Histórico de Porto Alegre.

Texto: Mariângela Machado/ Ascom Memorial do RS - Sedactel
Edição: Léa Aragón/ Secom

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