Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Início do conteúdo

Movimentação de arroz teve crescimento recorde no porto de Rio Grande

Publicação:

A exportação de arroz a granel pelo Porto do Rio Grande, escoadouro natural da produção gaúcha deste tipo de produto, registrou um crescimento recorde nos 11 primeiros meses de 2005. De janeiro à novembro o aumento na movimentação foi de 873,4%, em comparação com igual período de 2004. Em 2005 foram movimentados 224.756 toneladas, contra 23.089 toneladas do ano passado. Em comparação a 2003, a porcentagem torna-se infinita, já que neste ano não foi registrada movimentação deste tipo de carga. Em 2002 houve uma movimentação pequena, atingindo apenas 9.662 toneladas. Conforme o diretor-superintendente do complexo Termasa e Tergrasa (terminais portuários), Guillermo Dawson Júnior, a alta na movimentação de arroz deve-se a busca de novas cargas por parte dos terminais, numa tentativa de minimizar a grande queda nas exportações de soja que provocou diminuição nas operações. No ano passado não tínhamos uma grande movimentação de arroz, mas a crise viabilizou a conquista de um novo cliente, que continuará mantendo relações comerciais com o Porto. Mesmo com a normalização da soja, prevista para a próxima safra, nos continuaremos operando com esse novo cliente, o que é positivo para os terminais. No primeiro semestre do ano a expectativa era de chegar ao final de 2005 com uma movimentação próxima a 150 mil toneladas de arroz. No entanto, o canal de exportação para África foi fortificando-se ao longo do ano e hoje o Porto do Rio Grande já conta com uma linha mensal regular para o envio de arroz a este continente. Dawson observa que esta é uma grande vitória para o Porto do Rio Grande, visto que se estabelece uma logística favorável para o envio de mercadoria à África. Hoje exporta-se pelo terminal o quebrado de arroz, destinado a alimentação humana e até mesmo a produção de ração animal, que tem como principal comprador países da África, com destaque para o Senegal, e alguns da Europa. Cerca de 95% do produto é proveniente do Rio Grande do Sul e uma pequena parte de São Paulo e do Uruguai, sendo o transporte até Rio Grande realizado via rodoviária. Dawson salienta que as cargas uruguaias que vem em trânsito para o Porto do Rio Grande para serem exportadas trazem grande benefício ao Estado, já que este produto não entra no mercado interno do Rio Grande do Sul para competir com as cargas gaúchas. Conforme o diretor Comercial do Instituto Riograndense do Arroz, Rubens Pinho da Silveira, há mais de 20 anos o Rio Grande do Sul não realizava exportações de grande volume, com a boa safra brasileira e do Rio Grande do Sul deste ano, produziu-se um excedente de quase dois milhões de toneladas de arroz. Com o preço baixo, provocado pela grande safra, e o consumo interno menor, os plantadores de arroz só tinham duas alternativas: incentivar o consumo interno do arroz e viabilizar a exportação. Assim, o Irga desenvolveu uma campanha publicitária para incentivar o consumo do arroz no Brasil e reuniu forças com outras entidade para realizar as exportações que atingiram esse grande patamar, salienta Silveira. O mercado Desde 91 o Brasil importa cerca de 1,2 milhões de toneladas de arroz dos países do Mercosul, para abastecer o consumo interno. Em 2002/2003 a safra ruim provocou a alta nos preços da saca de 50kg, chegando a ser vendida entre R$ 38 à 40. Com o preço do arroz em alta, os agricultores decidiram investir nesta cultura. Dessa forma, ocorreu um aumento no Brasil da área plantada e no Rio Grande do Sul ocorreu um aumento na produção, atingindo a safra 2004/2005 excedente. Somente no Rio Grande do Sul, a produção passou de 5,5 milhões de toneladas para 6,3 milhões, sendo o Estado responsável por 50% da safra brasileira e o único a produzir arroz irrigado. Com a grande produção e a baixa no consumo interno o preço da saca caiu ficando em entre R$ 27 e 25, chegando até R$ 16. A solução para o excedente foi incentivar o consumo interno e exportar. Para realizar as exportações houve um grande mobilização já que no mercado internacional o preço do arroz é bastante competitivo. Para o próximo ano os plantadores de arroz continuaram seus esforços para manter as exportações, visto que a safra prevista para 2006 é de 6,2 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul. No entanto, deve-se levar em consideração o câmbio desfavorável e a previsão de queda na safra brasileira de arroz, que este ano deve ter um decréscimo de 1,5 milhão de tonelada. Com isso, o Rio Grande do Sul poderá aumentar suas vendas para o mercado interno, comprometendo grande parte da safra excedente. Mas, o Irga salienta que os esforços continuaram no intuito de tornar o Rio Grande do Sul um cativo exportador, mantendo linhas permanentes com diversos países da Europa e África.
Portal do Estado do Rio Grande do Sul