O governador Tarso Genro sancionou em janeiro a lei que declara as carreiras de cavalos em cancha reta como bem integrante do patrimônio histórico e cultural do Estado. A comemoração oficial ocorreu neste domingo (16) na Cancha da Caneleira, no 5º Distrito de Piratini.

O secretário de Estado da Cultura, Assis Brasil, representou o Governo no evento que reuniu centenas de pessoas na primeira corrida dentro da nova lei. É muito bom quando uma lei não vem para dizer o que a comunidade deve fazer, mas sim que aquilo que a comunidade faz é tão bom que merece ser apoiado por uma lei, afirmou Assis Brasil.

Ele lembrou ainda que a carreira de cancha reta é tão importante que se constitui no centro da lenda mais significativa do Rio Grande do Sul: o Negrinho do Pastoreio. As carreiras geram uma sociabilidade, congregam pessoas de todas as idades, só este caráter agregador já justifica esta lei. Saio daqui enriquecido emocionalmente ao ver consolidada uma das expressões mais importantes do Rio Grande.

Em homenagem ao autor da lei, a disputa em 400 metros recebeu o nome de Grande Prêmio Edegar Pretto. O deputado estadual agradeceu e contou que a construção do projeto atendeu a demanda da comunidade e dos movimentos tradicionalistas da região. A lei foi aprovada por unanimidade e se constitui um patrimônio pela forma como se organiza nos municípios.

O prefeito de Piratini, Wilson Gomes, agradeceu a sensibilidade do governador Tarso Genro ao sancionar a lei: Mostrou que é um homem realmente republicano por valorizar algo que há muito tempo faz parte da nossa história cultural, disse. Wilson também agradeceu a parceria que o município tem a nível estadual e federal. Nunca se fez tanto por Piratini em toda a história do município. Hoje é um dia histórico, concluiu o prefeito. 

História da cancha reta
O Rio Grande do Sul possui hoje 750 canchas de carreira. É um esporte que desenvolve uma cadeia econômica importante no setor da veterinária, alimentação animal, além de gerar empregos para tratadores, treinadores e jóqueis.

Desde o século 18 as carreiras faziam parte dos negócios do homem do campo no Estado. Só no final do século 19 é que a corrida europeia, em raias em círculo dos hipódromos chegou ao Rio Grande do Sul. Nos primeiros tempos, as disputas eram feitas com os cavalos crioulos, mas atualmente os competidores são das raças manga-larga marchador e puro sangue inglês (PSI).

As carreiras mais frequentes são as de mano, onde correm apenas dois cavalos por vez, e os torneios com três cavalos por vez.

Texto: Maria Emilia Portella
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305