Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Início do conteúdo

Municípios gaúchos perdem arrecadação em 2021 sem aprovação de medidas compensatórias

Em videocoletiva regional, governador falou sobre as propostas encaminhadas à Assembleia

Publicação:

50251719152 a5440884f9 k
Governador Leite e o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, detalharam propostas durante a videocoletiva - Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini

A quinta edição da série de videocoletivas regionais realizadas pelo governo do Estado para discutir e esclarecer pontos dos projetos de Reforma Tributária RS foi realizada nesta sexta-feira (21) com jornalistas das regiões norte, noroeste e Missões. A queda de arrecadação prevista nos 14 principais municípios pode chegar a R$ 60,9 milhões em 2021 se nenhuma medida compensatória for aprovada. Os dados foram apresentados pelo governador Eduardo Leite e pelo subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira.

Entre as medidas de compensação de receitas está a tributação de mais patrimônio e menos o consumo. No IPVA, cuja arrecadação é dividida em 50% com o município no qual o carro é emplacado, se propõe a alteração de alíquota, passando de 3% para 3,5%, e a revisão dos critérios de isenção. Entre os quais está a isenção apenas para veículos fabricados há mais de 40 anos, e não mais 20 anos como é hoje.

A queda de arrecadação com a redução das alíquotas de ICMS de álcool, gasolina, energia e telecomunicações, que voltarão para 25% no fim do ano, e da alíquota modal do ICMS gaúcho, que baixará para 17%, é de R$ 2,85 bilhões, sendo cerca de R$ 850 milhões aos municípios.

O governador afirmou que sem medidas compensatórias para essa queda de receitas, quem perde é a população com a precarização dos serviços. “Se prefeituras e Estado tiverem menos recursos, serão menos investimentos em saúde, educação e segurança. Prorrogar as alíquotas majoradas resolve as questões financeiras, mas é preciso tributar melhor, de forma a melhorar a competitividade. Isso tudo alinhado às melhores práticas internacionais e a proposta de reforma nacional, com um olhar para uma tributação mais justa entre empresas e cidadãos”, afirmou.

Impactos nas regiões

Entre os municípios com queda mais expressivas de arrecadação na área da entrevista regional está Passo Fundo, com estimativa de perda de R$ 12,3 milhões, o que representa, em média, 96,2% dos investimentos na cidade, 11,8% dos recursos destinados à Saúde e 9,9% em Educação.

A perda de receitas, caso não haja medidas compensatórias, ocorrerá em todos os municípios gaúchos, com projeções de queda de arrecadação de cerca de R$ 850 milhões, sendo mais R$ 2 bilhões de perdas para o Estado. Isso deve acontecer porque as prefeituras ficam com 25% dos recursos do ICMS, além das contribuições que compõem o Fundo de Desenvolvimento e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Em Carazinho e Erechim, a perda de receitas deverá ser de R$ 6,3 milhões em cada uma. Em Ijuí, a cifra pode chegar a R$ 5 milhões, o que representa, em média, 8,2% dos gastos em educação e 7,7% em saúde. Se olhar os investimentos da cidade, o percentual é ainda maior. Representa, em média, 17,9% dos gastos.

RT N NO Missões

Formação do Fundo Devolve-ICMS

Na videocoletiva regional também foi detalhado que o Fundo Devolve-ICMS será constituído de recursos que serão destinados aos três pilares da reforma: justiça social, desenvolvimento e equilíbrio fiscal. Será formado com recursos proporcionais aos benefícios concedidos pelo Estado: 10% sobre o valor de créditos presumidos não contratuais (exceto os oriundos de contratos de investimento) e 10% sobre o valor do ICMS isento nas saídas de insumos agropecuários.

“O fundo será constituído a partir de itens que hoje não pagam impostos e passarão a pagar uma contribuição de 10% sobre o imposto que deveriam estar pagando. Após diálogo com o setor do agronegócio, excluímos alguns itens dessa obrigação, como vinho, itens da pecuária, como rações, milho e sêmen. Estudos nos mostram que o impacto máximo que poderá ser sentido na produção será inferior a 1%”, informou o governador.

A criação do Fundo possibilitará a devolução de parte do ICMS para famílias com renda até três salários mínimos, inscritas no CadÚnico. O recurso será devolvido mensalmente, por meio do cartão BanriCard, e poderá ser utilizado na função débito em mais de 140 mil estabelecimentos. As famílias terão garantido um valor mínimo de R$ 30, no ano, R$ 360, e outra parcela variável de acordo com o consumo registrado em nota fiscal.

Com a devolução de ICMS, o governo atenua a regressividade do imposto. Famílias com renda até R$ 1.908 terão queda de 3,2% no ICMS em relação a sua renda monetária. As famílias com renda entre R$ 1.908 e R$ 2.862 terão queda no ICMS de 1,5%.

• Clique aqui e veja a apresentação completa sobre a Reforma Tributárias RS feita para jornalistas da região.

• Veja as propostas da Reforma Tributária RS encaminhadas pelo governo à Assembleia Legislativa.

• Acompanhe todas as informações sobre a Reforma Tributária RS 

Texto: Ascom Sefaz
Edição: Secom

Portal do Estado do Rio Grande do Sul