Museu dos Direitos Humanos recebe a aprovação dos visitantes e supera expectativas na primeira semana
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Inaugurado na abertura da Semana da Democracia, na última terça-feira (1), o Museu de Direitos Humanos do Mercosul (MDHM) atraiu, na sua primeira semana de funcionamento, um público acima da expectativa e tem recebido a aprovação entusiasmada dos visitantes. Com a exposição “Deus e sua obra na América do Sul: a experiência dos direitos humanos através dos sentidos”, de 145 artistas de diversos países, a nova instituição oferece um amplo e diversificado painel de resgate da memória dos anos de chumbo.
A mostra também apresenta as diversas frentes de luta pela liberdade, igualdade de direitos e fortalecimento da democracia no continente. Satisfeito com as primeiras reações dos visitantes, o diretor do MDHM, do Memorial do Rio Grande do Sul e do Arquivo Histórico do Estado, Márcio Tavares, diz que a receptividade à proposta do museu “está sendo acima de todas as expectativas”. Segundo o diretor, as obras expostas levam as pessoas a refletir e repensar o senso comum de direitos humanos, como a ideia de que “só serve para defender bandidos”. Elas passam a olhar o tema sob uma ótica diferente, mais profunda, ao se verem representadas nas obras que mostram a amplitude da questão, destacou.
A proposta agradou o engenheiro mineiro José Narciso Ribeiro, 62 anos, que está a passeio em Porto Alegre com a esposa e aproveitou para conhecer o museu, localizado no prédio do Memorial do Rio Grande do Sul, na Praça da Alfândega, centro da capital. “Eu era estudante e morava em Belo Horizonte na época da ditadura, colegas meus foram presos e até os soldadinho rasos ‘zoavam’ da gente, tentavam nos intimidar com o ‘sabe com quem está falando’”, recordou. “A memória é importante para que a ditadura não se repita nunca mais”, completou.
“Estou achando maravilhoso, estão mostrando algo novo, que não estamos acostumados a ver”, disse a empresária Regina Alvez, 56 anos, admirando as esculturas, pinturas, vídeos, posters, jornais, documentos e instalações que retratam a luta de ontem e de hoje pelos direitos das mulheres, índios, negros, homossexuais, a luta ambiental, por liberdade de expressão, por democracia a resistência à repressão.
História
No mesmo sentido, a empresária Juliana Bueno, 23 anos, considera o museu importante porque a luta por igualdade e contra o preconceito continua. “Nada melhor que a história para nos ensinar, para o amadurecimento da democracia e para que não volte o passado, a ditadura”, afirmou. Mateus Vieira, 27 anos, ressaltou que muitas pessoas, especialmente as mais jovens, não viveram o período da ditadura militar e nem têm acesso a informações sobre o período.
Na opinião dele, o museu vem para ajudar como “instrumento de formação de consciência e de educação para os direitos humanos”. Podem ser agendadas visitas guiadas ao museu para escolas e outros grupos, pelo telefone (51) 32270882.
Texto: Ulisses Nenê
Edição: Redação Secom (51) 3210-4305