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Museu Hipólito discute vestígios da Guerra do Paraguai

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A Secretaria de Estado da Cultura promove nesta sexta-feira (7), no Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa (Andradas, 959), uma discussão sobre a Guerra do Paraguai, maior conflito bélico da história latino-americana, acontecido entre 1864 e 1870, com o evento Vestígios da Grande Guerra, composto por painéis e exposição. De acordo com o secretário de Estado da Cultura, Luiz Marques, a Guerra do Paraguai precisa ser estudada pelas novas gerações para que nunca mais a América Latina volte a se envergonhar de si mesma. Só tomando plena consciência da história do continente, suas conquistas e seus horrores, poderemos construir o Mercosul que sonhamos, democrático e soberano na relação com os países do Norte, disse. Às 18h30 de sexta-feira (07), com entrada franca, os jornalistas Mauro César Silveira, gaúcho, coordenador de Jornalismo da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul; Fernanda Monteiro, assessora de Comunicação da Fundação Serviços de Saúde do mesmo Estado, Neiba Ota, editora de Geral do jornal mato-grossense Correio do Estado; Ubirajara Martins Guimarães, estudante de Jornalismo da UFMS e coordenador do CD Cabichuí; e Nilson Cezar Mariano, autor de matérias recentes sobre a Guerra do Paraguai, formam mesa redonda para discutir os vestígios do conflito. Em seguida, às 19h30, ocorre o lançamento da exposição de charges de jornais brasileiros e imagens coloridas do pintor Cândido Lopez, atualmente encontradas nos museus Nacional de Belas Artes e Histórico Nacional, ambos em Buenos Aires. A exposição permanece no Museu de Comunicação até 8 de julho e apresenta ao público gaúcho 48 cópias das gravuras do retratista argentino e 35 charges publicadas pelos jornais brasileiros durante a campanha militar. As criações de Lopez surgiram ao se alistar, como voluntário, no Batalhão da Guarda Nacional, logo no começo da guerra. Queria documentar o cenário dos embates. Entre 1864 e 1866, acompanhou todas as batalhas. Desenhou- as a lápis até a luta de Curupaiti, onde teve sua mão decepada por uma granada. Submeteu-se a duas cirurgias, mas ficou sem o braço. Aprendeu a pintar e desenhar com a mão esquerda e criou 56 quadros de tudo a que assistiu. As cópias e as charges dessa exposição são do acervo do projeto de pesquisa Vestígios da Guerra Grande; as representações da ação militar contra o Paraguai, iniciado em 1996 no Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Há nele atividades previstas como a produção de CD-ROMS e de um vídeo-documentário, além da edição de livros ilustrados. A função desse material é a de despertar o interesse pela História latino-americana e promover o debate sobre as imagens que a mídia veicula dos países envolvidos no conflito. Estudantes de Jornalismo da Universidade Federal do Mato Grosso produziram um CD em que apresentam o Cabichuí, um dos jornais editados pelos militares paraguaios nos campos de batalha. A música no CD busca valorizar os desenhos guaranis. O vídeo, como uma reportagem audiovisual, pretende percorrer os cenários da guerra, incluindo regiões do Mato Grosso do Sul e do Rio Grande do Sul, e o norte da Argentina e do Paraguai. O documentário visa também a registrar as paisagens atuais da guerra, mostrando as representações sociais que se mantêm em relação à luta e a um dos parceiros do Brasil no Mercosul: o Paraguai. Um levantamento inicial demonstrou que o episódio ainda produz marcas na imaginação do povo sul- americano. Por esse motivo, os autores e executores do projeto entendem ser extremamente necessário revisar o conflito, ocorrido há quase 140 anos.
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