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Museu Júlio de Castilhos é um passeio imperdível pela história do RS

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Mobiliário do quarto do ex-governador Júlio de Castilhos é uma das atrações do local - Foto: Dyessica Abadi/Palácio Piratini

Quem deseja descobrir como viviam os gaúchos que lutaram na Guerra dos Farrapos, saber da rotina dos índios nas Missões, ou entender o tempo e a vida do governador positivista Júlio de Castilhos, não pode deixar de visitar o museu que reúne uma grande parte da história do Rio Grande do Sul. Instalado em dois casarões no Centro Histórico de Porto Alegre, próximo à Catedral Metropolitana, ao Palácio Piratini e à Praça da Matriz, o Museu Júlio de Castilhos é o mais antigo do estado. A história preservada por meio de seus móveis, objetos, documentos e narrativas, é um convite irresistível para quem quiser viajar no tempo por alguns minutos, ou até por um punhado de horas. E o melhor: no feriado desta sexta-feira (2), o local estará aberto para visitação das 10h às 17h. A entrada é gratuita.

O antigo casarão onde viveu e morreu o ex-governador Júlio de Castilhos foi transformado em museu em 1903. Tempos depois, a casa ao lado foi agregada, aumentando o espaço em que podem ser vistas verdadeiras raridades, como armas, lanças, espadas e outros objetos da Revolução Farroupilha. O prédio está impregnado pela trajetória dos farrapos, da arte produzida pelos índios guaranis e pela história do Rio Grande do Sul. Lá estão o retrato pintado a óleo de Gomes Jardim, a máscara mortuária de Júlio de Castilhos, além de móveis e do próprio prédio, cujas paredes exalam a história de uma época. 

Composto por cerca de dez mil peças, o acervo do Museu Júlio de Castilhos possui as seguintes catalogações: armaria, arquitetura, arreios, arte náutica, bandeiras, bibliografia, condecorações, documentos, escravatura, etnologia, filatelia, indumentária, instrumentos musicais e de trabalho, máquinas, medalhas, mobiliário, objetos decorativos e de uso pessoal, utensílios domésticos e até viaturas, como a cadeira de arruar, meio de transporte dos mais abastados na época do Brasil Império. Os burgueses eram carregados em cadeiras dessas por escravos em passeios pelas ruas da cidade.

 “Dá para sentir e perceber como as pessoas viviam”, diz a diretora do museu, Gabriela Correa da Silva. Com entusiasmo, ela conta fatos ocorridos no  casarão na época em que Júlio de Castilhos e sua família ali moravam. “Nestas salas ocorriam as recepções, eram recebidos políticos importantes daquele período e muitas decisões sobre a história do nosso estado foram tomadas aqui. Também sabemos – através da construção e objetos – como as pessoas do mesmo nível social deles viviam”, acrescenta.

Veja as diversas atrações nas fotos abaixo:

 História viva

Diariamente, o museu é visitado por grupos de estudantes vindos de escolas de Porto Alegre, de outros municípios e até de fora do estado. As reações das crianças e adolescentes, ao verem de perto objetos, móveis, armas e tantas outras relíquias de tempos passados, são de pura admiração.

Raridades, como o espadim carregado por Giuseppe Garibaldi durante a Revolução Farroupilha, e armas utilizadas pelos soldados imperiais, farroupilhas e pelos lanceiros negros estão expostas. E as atrações não param. Há, ainda, o crânio com mais de dois mil anos de uma índia, imagens esculpidas de santos por índios guaranis, canhões e tantos outros objetos resgatados e preservados.

Para muitos estudantes, a ida ao museu é uma novidade. É o caso de Eduarda Mertins Muller, aluna do quinto ano da Escola Municipal Ivone Kaiser, de Alto Feliz. “Acho a visita muito interessante. A gente aprende muitas coisas que nem tinha ideia e tudo que tem no museu é muito lindo. É diferente aprender na escola e depois conhecer aqui como as pessoas viviam”, explicou a menina de 11 anos. Seu colega Claudinei Rasch, de 10 anos, disse que gostou de tudo na visita ao museu, mas o que mais lhe chamou a atenção foi o quarto do ex-governador Júlio de Castilhos. “Além disso, é muito legal ver tantas coisas antigas e interessantes”, comentou.

O analista em assuntos culturais e historiador Gabriel Costa, que orientava a visita dos estudantes, prendia a atenção de todos com tantos detalhes da vida no Rio Grande do Sul do passado. “Aqui dentro, cada passo é uma história diferente”, lembrou Costa, que conta detalhes de cada objeto exposto ou das salas de exposição. E a narrativa vai muito além da história oficial: “Vocês sabiam que os índios guaranis já comiam pinhão, tomavam chimarrão e comiam milho, que é originário daqui?", indagou ele, surpreendendo os visitantes com suas informações.

Entretenimento garantido

O visitante ainda pode se deliciar com um saboroso café – ou uma taça de champanhe – na cafeteria do andar inferior do museu, onde está localizada a famosa bota do “gigante”, atração das mais conhecidas do acervo.

Museu Júlio de Castilhos
Botas que teriam pertencido a um gigante estão expostas no acervo - Foto: Dyessica Abadi/Palácio Piratini

Em maio, o Museu Júlio de Castilhos realizou seu primeiro baile de máscaras. O evento foi um sucesso e a renda foi revertida pela Associação dos Amigos do Museu para o pagamento de benefícios no prédio. 

Um interessante evento de visita ao museu é o projeto cultural “Os Caminhos da Matriz”, promovido no último sábado de cada mês. Durante o roteiro turístico são visitados diversos prédios próximos à Praça da Matriz, como os Memoriais do Arquivo Público, da Assembleia Legislativa, cúpula da Catedral Metropolitana, Biblioteca Pública, entre outros. O passeio é gratuito e tem duração de três horas. Não é necessário agendamento prévio.

Estrutura de visitação

Quem visitar o Museu Júlio de Castilhos poderá ver o acervo da instituição distribuído em várias salas de exposição permanente. Porém, eventualmente, as exposições são modificadas. As salas são classificadas de acordo com o tema das peças expostas.

Revolução Farroupilha

Mostra de peças ligadas ao conflito que ocorreu no século XIX no estado, compreendendo retratos de líderes da Revolução como Bento Gonçalves e David Canabarro, além de armas e objetos de uso pessoal da época.

Sala Missioneira

Com alguns raros exemplares de estátuas missioneiras do século XVIII e que constituem as primeiras doações recebidas pelo museu, destacam-se as esculturas de São Francisco Xavier e de Nossa Senhora da Conceição, além de sinos e bancos que pertenceram a capelas jesuíticas.

Sala Indígena

Enfoca aspectos das atividades sociais e culturais dos grupos indígenas que habitaram o Rio Grande do Sul, exibindo armas, cerâmicas, artesanato e instrumentos de trabalho de diversas etnias, como os caingangues e guaranis. 

Gabinete e quarto de Júlio de Castilhos

Há peças utilizadas pelo ex-governador durante sua trajetória política, em que se destacam o mobiliário pertencente ao seu antigo quarto de dormir e do seu local de trabalho, além de retratos pessoais e familiares, textos e informações biográficas.

Pátio dos Canhões Farroupilhas

Integrado em 2003 aos espaços de exposição e remodelado em 2007, o Pátio dos Canhões Farroupilhas mostra ao público canhões que pertenceram à esquadra de Giuseppe Garibaldi e que, por longo tempo, jaziam no fundo do arroio Santa Izabel, em Camaquã, onde foi travada uma das batalhas da Revolução. Os canhões foram recuperados em 1926 e doados à instituição.

Quando visitar

As visitas podem ser feitas por qualquer pessoa que queira saber mais sobre a história do Rio Grande do Sul, de terças a sábados, das 10h às 17h. Se a visita for em grupos, mesmo que pequenos, pode ser agendada por e-mail e ser solicitada a orientação dos analistas em assuntos culturais.

Fundado em 1903 como Museu do Estado, por decreto assinado pelo então presidente do Estado Borges de Medeiros, a instituição foi criada com o objetivo de abrigar objetos que vinham sendo coletados desde 1901. Em 1905, a casa da Rua Duque de Caxias, da família de Júlio de Castilhos, que falecera dois anos antes, foi adquirida pelo poder público. Em 1907, o Museu do Estado passou a se chamar Museu Júlio de Castilhos.

SERVIÇO:

Pauta:
Visita ao Museu Júlio de Castilhos (entrada gratuita)

Quando:
De terças a sábados, das 10h às 17h

Local:
Rua Duque de Caxias, nº 1205 e nº 1231, no Centro Histórico de Porto Alegre

Contatos:
Pelo telefone (51) 3212-9035 ou pelo e-mail museu_juliodecastilhos@sedactel.rs.gov.br (onde devem ser agendadas as visitas)

Informações:
www.museujuliodecastilhos.rs.gov.br ou www.facebook.com/MuseuJulioDeCastilhos.

Texto: Margareth de Paula/Secom
Edição: André Malinoski/Secom
Portal do Estado do Rio Grande do Sul