O silêncio da maioria: o desafio da verdadeira nova política
Publicação:
Vivemos um tempo curioso. Nunca se teve acesso tão amplo à informação — e, paradoxalmente, nunca se esteve tão exposto à desinformação. Aquilo que poderia consolidar uma democracia mais aberta e plural vem sendo sufocado por vozes e movimentos estridentes que pouco representam a maioria e acabam por tornar imperceptível seu silêncio.
A real nova política, mergulhada no ambiente digital, precisa encarar um dilema: a gritaria das redes não traduz a vontade popular. O que ganha visibilidade são os extremos — aqueles que berram mais alto. Enquanto isso, os milhões que vivem a rotina real — trabalham, estudam, pagam contas e votam — são, em geral, silenciosos. Mas não irrelevantes.
Lidar com esse cenário exige mais do que reflexos midiáticos. Requer escuta sensível e ativa. O silêncio da maioria não deve ser confundido com ausência de opinião. É, muitas vezes, uma forma de resistência a um debate raso e polarizado. Essa maioria não é omissa. Está cansada do ruído, desconfiada dos extremos e disposta a apoiar quem entrega com seriedade.
Muitos se recolheram porque não se veem em meio aos gritos — e só se expressam, com contundência, quando chega a hora do voto. Na última eleição presidencial se optou não por quem mais inspirava confiança, mas por quem menos provocava rejeição. É aí que a política precisa estar mais preparada: para ouvir não apenas o que viraliza, mas o que amadurece no íntimo da sociedade. Há quem, mesmo pressionado por grupos organizados e barulhentos, siga focado em servir ao todo. Há quem, mesmo ciente do desgaste, escolha governar com responsabilidade.
É o caso do governador Eduardo Leite, que desde o início de sua trajetória no Executivo enfrentou temas difíceis, promoveu reformas relevantes e manteve um norte claro: fazer o que precisa ser feito. E continuará disponível para conduzir o que for necessário, se isso significar entregar um Estado mais eficiente.
Num tempo em que o barulho tenta se passar por vontade coletiva, governar também é saber distinguir o eco do grito. Porque é no silêncio — denso, legítimo e cada vez mais impaciente — que mora a verdadeira expectativa de um país que quer seguir em frente, sem precisar gritar por isso.
Secretário-chefe da Casa Civil