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Obra da CEEE revela detalhes de Porto Alegre no início do século XX

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Um trecho escavado na Praça Brigadeiro Sampaio, junto à avenida Presidente João Goulart, no Centro Histórico da Capital, revelou um trecho do muro que abrigava a praça no início do século. É possível identificar parte de uma letra pintada na parte
Obra da CEEE revela detalhes de Porto Alegre no início do século XX

Um trecho escavado na Praça Brigadeiro Sampaio, junto à avenida Presidente João Goulart, no Centro Histórico da Capital, revelou um trecho do muro que abrigava a praça no início do século. É possível identificar parte de uma letra pintada na parte externa da estrutura, além de diversos materiais depositados ali entre 1900 e 1920, como frascos e ampolas de medicamentos, cerâmicas e louças.

O muro veio à tona devido às obras de colocação de cabos de uma linha subterrânea de transmissão da CEEE, um investimento de R$ 71,8 milhões para melhorar a confiabilidade da energia na região Metropolitana. A nova Linha de Transmissão (LT) vai ligar a Subestação (SE) Porto Alegre 9, na entrada da cidade, à SE Porto Alegre 4, próxima ao Shopping Praia de Belas, e, além de usar tecnologias que minimizem os inconvenientes para a população, a obra tem acompanhamento de arqueólogos.

Desde o início das escavações, em outubro, já foram encontrados materiais do fim do século XIX e do início do século XX. O diferencial desta nova área, segundo o arqueólogo Alberto Tavares de Oliveira, é a concentração de frascos de remédios, panacéias (elixires para todos os males) e louças dos famosos cafés da cidade nos anos 1910 e 1920.

Na virada do século, cresceu a preocupação com a higiene dos cidadãos e foi criada a faculdade de Medicina. Também passou a ser proibido enterrar lixo nos quintais. Com isso, boa parte dos resíduos residenciais passou a ser jogada na orla do Guaíba, especialmente no Centro, que é onde a cidade de fato existia, explica ele sobre o grande número de objetos encontrados na região da Praça Brigadeiro Sampaio.

Entre as preciosidades retiradas do local, estão xícaras com a logomarca do Café Nacional, um dos mais importantes da Capital na época, louças das primeiras indústrias nacionais (que iniciaram sua produção em 1914) e frascos de panacéias como Saúde da Mulher e King of Pain (Rei da dor, em tradução livre), além de ampolas de medicamentos feitas de vidro selado artesanalmente. Todos os registros arqueológicos são enviados para o Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo, onde são lavados, identificados e catalogados.

Mais sobre a Linha de Transmissão subterrânea

Com 11,3 km de extensão, a expectativa de conclusão é de 13 meses, gerando 460 empregos diretos no período. Entre os benefícios, destaca-se a melhoria no atendimento da região metropolitana de Porto Alegre, com diminuição no risco de cortes de carga na ocorrência de eventuais contingências no sistema elétrico. Na prática, através dessa LT, os consumidores de energia elétrica da área central de da Capital, atendidos pela Subestação Porto Alegre 4, passam a receber energia de duas fontes de alimentação, que vem das Subestações Gravataí 2 e Nova Santa Rita.

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