Os 75 anos do Irga são lembrados durante Semana Arrozeira em Alegrete
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Os 75 anos do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) foram lembrados, nesta quarta-feira (10), em Alegrete, durante as discussões da 8ª Semana Arrozeira, pelo diretor consultivo da entidade promotora, a Associação dos Arrozeiros de Alegrete, Gilberto Pileco. Na presença do presidente do Irga, Guinter Frantz, e dos diretores técnico, Maurício Fischer, e comercial, Tiago Barata, Pileco enalteceu a contribuição e o apoio do Instituto aos produtores locais, em nome da Associação.
Na noite desta quinta-feira (11), no CTG Farroupilha, será entregue uma placa de distinção pelos relevantes serviços prestados pelo Instituto à comunidade alegretense e da Fronteira Oeste. Frantz agradeceu a homenagem e reiterou a disposição da sua diretoria em apoiar os produtores de arroz em suas demandas para que obtenham sempre os melhores resultados em suas lavouras.
De acordo com o responsável pelo 9º Núcleo de Assistência Técnica e Extensão (Nate), engenheiro agrônomo Leonardo Acosta, Alegrete obteve a média de 8.320 quilos por hectare nesta safra, a maior da história do município. "Nunca se produziu tanto arroz do que neste ano no município". Ele explica que 60% das lavouras do município são irrigadas com barragem e como o ano foi bastante chuvoso, a disponibilidade de água foi a grande responsável pelas altas produtividades alcançadas.
Os 320 produtores de Alegrete plantaram na safra 2014/2015, 52.611 hectares e foram responsáveis por uma produção de mais de 10,35 mil toneladas.
Durante a noite, também foi anunciado o tema da 9ª Semana Arrozeira, 'Arroz: Culturas e Água', que ocorre de 29 de maio a 4 de junho de 2016. O debate da noite de quarta-feira (10) versou sobre a situação das estradas rurais da Fronteira Oeste e contou com a participação dos secretários estaduais Pedro Westphalen, dos Transportes, e Ana Pellini, do Meio Ambiente. A Associação dos Arrozeiros apresentou projeto de recuperação das estradas vicinais da região.
A diretora técnica da associação, Maria de Fátima Marchezan, apresentou a proposta. Segundo ela, o objetivo é recuperar estradas da região a fim de melhorar a logística para o escoamento da produção agropecuária nos municípios. Entre as ações propostas estão a de utilização de materiais como cascalho, argila e saibro retirados das barragens e açudes das propriedades para fazer as obras de terraplanagem, além da drenagem das vias e recuperação e construção de pontes nas principais vias de escoamento dos municípios da Fronteira Oeste.
Hoje, especialmente em dias de chuva, há acúmulo de água nas estradas e isso faz com que a terra que está nas pistas seja levada para rios e córregos, assoreando as fontes hídricas e prejudicando o meio ambiente. Entre os resultados esperados estão a redução dos custos de transporte de insumos, grãos, animais e pessoas, maior e melhor trafegabilidade de pessoas e veículos entre o campo e a cidade e o fomento ao turismo rural.
O coordenador do curso de Engenharia Agrícola da Unipampa, Roberlaine Ribeiro Jorge, falou sobre estudo geotécnico e de impacto ambiental de jazidas, visando a utilização de materiais alternativos. Trabalho a campo foi realizado para fazer a análise do material. "Todos os espelhos seriam jazidas em potencial. Se 50% destes materiais forem viáveis, teria economia de transporte destes materiais e poderíamos minimizar impactos ambientais", observa.
A secretária Ana Pelini elogiou a iniciativa de a própria comunidade buscar soluções para os problemas da região. Além disso, disse que houve um amadurecimento na questão de se pensar nos impactos ao meio ambiente. Ana aprovou a iniciativa e deixou a Secretaria do Meio Ambiente à disposição. Westphalen destacou o protagonismo de um segmento, neste caso o dos produtores de arroz, em resolver os problemas da comunidade. Segundo ele, o governo do Estado deve apresentar plano estadual de logística de transportes que também engloba alternativas como hidrovias e ferrovias para escoar a produção agropecuária.
Texto: Luciara Schneid/ Irga
Edição: Léa Aragón/CCom