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Ospa apresenta grandes obras musicais do cinema mundial

Governador esteve presente no concerto deste domingo (20)

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Os ingressos esgotaram nas duas apresentações em que a Ospa interpretou trilhas de filmes - Foto: Vitória Proença/Divulgação Ospa

Em duas sessões com plateia lotada, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) trouxe clássicos de trilhas sonoras do cinema para o palco nas noites de sábado (19/8) e domingo (20/8). Um espetáculo de som, luzes e imagens foi a combinação para criar uma atmosfera mutável conforme cada peça escolhida.

Regidos pelo maestro Evandro Matté, os músicos, acompanhados por solistas e bailarina convidados, executaram uma seleção que abarcou desde obras que embalaram sucessos cinematográficos dos anos 1950 e 1960, como Diamonds are a girl’s best friend, de Os homens preferem as loiras, com Marilyn Monroe, até trilhas das últimas décadas, como os temas de Star Wars, Indiana Jones e Harry Potter, todos de John Williams. O equilíbrio entre peças antigas e mais novas foi um ponto de influência na montagem do programa, conforme Matté.

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O Coro da Ospa interpretou músicas eternizadas em clássicos do cinema - Foto: Vitória Proença/Divulgação Ospa

“Nas sugestões do público não tinha nada do cinema mais antigo, então busquei algumas peças que pudessem equilibrar o repertório e valorizar a participação do Coro da Ospa. Tem também a questão das vozes dos solistas convidados, que podem combinar mais outro tipo de música. Então, foi tudo pensado para ter uma proporcionalidade entre o clássico e o cinema mais moderno, recente. Ainda assim, cerca de 70% dessa edição é composta de músicas escolhidas pelo público”, ressaltou.

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Juliano Quites e Mariel Motta cantaram alguns dos temas apresentados pela orquestra - Foto: Vitória Proença/Divulgação Ospa

Apesar de ser um projeto existente há alguns anos, o Música de Cinema ganhou uma nova roupagem em 2015, quando Matté assumiu a direção artística da Fundação Ospa. Além da execução das trilhas sonoras, nas apresentações foram incluídos efeitos visuais que interagem com cada música, ampliando a experiência do público. Entre os elementos que buscam essa aproximação está a exibição de trechos dos filmes ao qual pertence a obra tocada, possibilitando que os espectadores sintam uma ligação maior entre as duas mídias.

Para o presidente da Fundação Ospa, Gilberto Schwartsmann, o Música de Cinema é uma oportunidade para a instituição conquistar um público diferente do habitual. “Ver a sala da Ospa repleta é uma grande satisfação. Vejo o Música de Cinema como uma chance de atrairmos um novo público para as nossas apresentações e mostrar que uma orquestra vai muito além do que já está consolidado na visão das pessoas”, comentou.

Como parte da programação especial, a bailarina Gabriella Castro apresentou um número de sapateado ao som de Singin’ in the Rain, coreografada e cantada por Gene Kelly para a película de 1952. Em sincronia com o ritmo alegre da canção, os sons produzidos pelos sapatos trouxeram para o público a sensação de estar na cena do próprio filme.

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A bailarina Gabriella Castro fez um número de sapateado ao som de "Singin’ in the Rain" - Foto: Vitória Proença/Divulgação Ospa

O desafio de entregar um espetáculo que as pessoas possam sentir e se conectar perpassa todo o processo desde a escolha do repertório até a preparação dos artistas, que usam seus talentos para fazer uma interpretação à altura das peças selecionadas.

O tenor Juliano Quites, do Coro da Ospa, um dos solistas da edição 2023 do Música de Cinema e responsável pelo vocal de Circle of Life, da abertura de O Rei Leão, destacou o processo de sua interpretação, adotando a força necessária, sem cometer exageros.

“Algo muito importante e que precisei cuidar foi ter uma boa pronúncia, em especial da parte em zulu. O mais desafiante foi não fazer algo que forçasse demais, mas que passasse a mensagem da música, que é forte no começo e suaviza no decorrer. Sair momentaneamente do coro, onde nós trabalhamos com a projeção de voz, e ser capaz de ter esse controle das notas foi algo essencial”, comentou.

A solista Mariel Motta, ganhadora do Festival da Canção Aliança Francesa de Porto Alegre de 2021, que interpretou os clássicos La Vie en Rosee Diamonds are a girl’s best friend, eternizadas, respectivamente, nas vozes de Edith Piaf e Marilyn Monroe, explicou que, em sua preparação, costuma assistir aos filmes para ter referências e estudar os gestos.

“Essa é uma das dificuldades para trabalhar o repertório, já que cada música tem um estilo e sonoridade diferentes. Busco adaptar o que era feito nas versões originais em questão de gestuais e vocal, então coloco algo mais do meu estilo na interpretação, no meu entendimento daquela cena. Mesmo no caso da Piaf, o arranjo que nós apresentamos foi algo mais moderno, voltado para o gypsy jazz, então foge do que já é conhecido como próprio da cantora”, afirmou.

Ainda com a participação dos cantores, a música tema de Aladdin, A Whole New World, foi interpretada pelo dueto, com Quites no papel do personagem-título e Mariel como Jasmim. Solistas e público compartilharam nostalgia e encantamento.

Parte da programação da Semana do Patrimônio Histórico, promovida pela Secretaria da Cultura (Sedac), o Música de Cinema foi a última parada da agenda oficial do governador Eduardo Leite, que acompanhou o espetáculo no domingo (20/8) na companhia de Schwartsmann, do secretário da Casa Civil, Artur Lemos, e do diretor do Núcleo de Conservação da Memória e do Patrimônio Cultural do Palácio Piratini, Mateus Gomes.

Antes do início do espetáculo, Leite ressaltou a importância de ações como a Semana do Patrimônio. “Nós criamos essa ação quatro anos atrás e ela serve para nos lembrar o quanto é necessário que preservemos o patrimônio físico e cultural do nosso Estado. É através das construções históricas e tradições do nosso povo que devemos pensar o nosso futuro”, asseverou.

Texto: Thales Moreira/Secom
Edição: Vitor Necchi/Secom

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