A governadora Yeda Crusius assinou, neste sábado (28), primeiro dia da Expointer, o termo oficial de doação de um painel trípico do artista gaúcho Glauco Rodrigues ao Governo do Estado. O quadro intitulado Tradição, Passado e Futuro, foi produzido em 1997, e marca a fase final da vida do artista, natural de Bagé. A cerimônia ocorreu na Casa Branca do Parque Estadual Assis Brasil, em Esteio.

Quero agradecer a doação, é uma alegria muito grande receber esta obra de arte. Posso dizer que o quadro é a grande riqueza do Rio Grande do Sul, é poder olhar o novo, o moderno sem medo, sem jamais desrespeitar o que veio antes, afirmou a governadora. A pintura foi uma encomenda de Luiz Fernando Cirne Lima para o escritório do Conselho de Administração da Copesul, e mostra como o Rio Grande do Sul convive harmonicamente com as tecnologias avançadas de desenvolvimento e o culto à tradição. Glauco fez um belo trabalho usando cores não convencionais, que retratam as cores típicas da região da Campanha, unindo o avanço da indústria petroquímica ao resguardo das tradições gaúchas.

A idéia de solicitar à Braskem, compradora do controle acionário da Copesul, a doação da obra ao Governo do Estado partiu do secretário da Cultura, Cézar Prestes, conhecedor e admirador do trabalho de Glauco Rodriges. Após a exposição em Esteio, o painel será colocado no Palácio Piratini, sob a guarda do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs). A viúva de Glauco, Norma Rodrigues, participou da ocasião e destacou a nova dimensão que a obra está tomando por chegar ao público do Rio Grande do Sul. O ato da governadora é consequência do espírito do gaúcho, dessa cultura enraizada que há aqui. Essa doação feita pela Braskem cumpre o destino do quadro que é ser visto por muito mais pessoas.

Glauco Otávio Castilhos Rodrigues foi pintor, desenhista, gravador, ilustrador e cenógrafo. Glauco era autodidata, começou a pintar em 1945, foi um dos criadores do Clube da Gravura de Bagé, e integrou também o de Porto Alegre. O artista participou de exposições no Brasil, Alemanha, Itália e França. Em 1999, recebeu o prêmio Ministério da Cultura Cândido Portinari - Artes Plásticas. Morreu em março de 2004, aos 75 anos de idade, no Rio de Janeiro. Sua obra ficou registrada nos livros de Glauco Rodrigues (1989), e o Arteiro e o Tempo (1994), ambos com textos de Luis Fernando Verissimo, que esteve presente na solenidade, nesta tarde, na Casa Branca.

Livro Casa Branca
Durante a solenidade ocorreu, também, o lançamento do livro Casa Branca, que conta a história da sede do Governo na feira. A casa, antiga sede da fazenda de Osvaldo e Celina Kroeff, é a sede do Executivo no Parque Estadual Assis Brasil, durante a Expointer. O livro aborda a transição de fazenda para Parque de Exposição, desde a realização de exposições nos séculos XIX e XX até a efetivação em Esteio. O livro emociona, por contar a história viva de pessoas que moravam aqui, e participaram da transformação, e da decisão de que aqui seja feita a maior feira do agroenegocio, maior feira de animais, uma feira internacional completa, com inovação maquinário, tecnologia, com negócios. O livro honra a história da Expointer, definiu a governadora. O livro retrata em 41 páginas a história do local, com pesquisas e textos elaborados por Eugenio Lagemann e pelo Grupo Especial de Assessoramento do Gabinete do Governo do Estado.

Texto de Graciele Galera