Parceria com o Exército para controle da dengue é bem-sucedida
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A parceria da Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS) com o Comando Militar do Sul para a intensificação do Programa Estadual de Controle da Dengue, iniciada em fevereiro, foi encerrada com sucesso nas primeiras semanas de maio. Um total de 177 militares foi capacitado com aulas teóricas e práticas realizadas em Porto Alegre pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) e no interior pelas Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS). De acordo com Laura Londero Cruz, chefe da Divisão de Vigilância Ambiental do CEVS, a participação dos oficiais fez com que o número de agentes de saúde dobrasse nos 18 municípios do Interior que receberam o contingente do Exército. “Foi um trabalho conjunto de grande qualidade, fundamental para o sucesso da operação”, assegura. Embora o Rio Grande do Sul não registre a presença do vírus da doença, o fato de o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, ser encontrado em território gaúcho exige a adoção de medidas de vigilância para combater sua proliferação. O objetivo do convênio entre as instituições foi reforçar, durante o verão, o combate ao mosquito, aumentando o número de visitas a ambientes domiciliares e comerciais. Segundo a bióloga Carmen Sílvia Gomes, do Programa Estadual de Controle da Dengue, a parceria possibilitou que 100% dos imóveis na área urbana dos municípios fosse fiscalizada pelos técnicos. “O resultado foi excelente”, comemora. Receberam especial atenção pequenos depósitos de água limpa, como latas, floreiras, latas e pneus, locais preferidos para que o vetor da doença deposite suas larvas. Foram atingidas pela operação-conjunta cidades da 12ª, 14ª, 17ª e 19ª coordenadorias, nos arredores do Noroeste gaúcho. Durante o inverno, além da menor população do Aedes, o número de casos de dengue cai porque as pessoas se protegem mais, usando roupas pesadas, e mantêm as portas de casa fechadas. Apesar dos meses quentes serem mais propícios à proliferação do mosquito, a bióloga afirma que ele não pára de se reproduzir nas demais épocas do ano, mesmo que com menor intensidade. “O trabalho de vigilância e o alerta permanece durante todo ano”, garante. Segundo ela, um grande risco reside nas férias de julho, quando turistas viajam para outras regiões do país que possuem calor o ano inteiro, e, além disso, têm registro do vírus. “Não é difícil um gaúcho voltar das férias de inverno infectado com a dengue.” Conforme dados do CEVS, de janeiro a maio deste ano foram notificados 92 casos da doença no Rio Grande do Sul, mas apenas 20 foram confirmados. Carmen afirma que todos são “importados”, ou seja, a infecção ocorreu em outros estados ou países. Em 2005, somente 38 casos de dengue tiveram confirmação no Estado. Quarenta e quatro municípios tiveram registro de focos do Aedes aegypti. De acordo com a bióloga, a maioria está concentrada na região metropolitana de Porto Alegre e na área de fronteira com a Argentina, onde também existe o mosquito transmissor da dengue.