Para auxiliar na identificação e combate das causas da prática de atos violentos contra as mulheres, a Penitenciária Modulada de Ijuí realizou, nesta segunda-feira (24), o primeiro encontro do projeto piloto "Sala de Dialógo: da violência ao respeito", que consiste intervir junto aos autores de crimes de violência doméstica e familiar. A parceria é do Ministério Público, Susepe e Unijuí, com apoio com o Poder Judiciário e da Rede de Proteção à Mulher.

Cinco apenados, entre condenados e provisórios, participaram das atividades, que acontecem, inicialmente, uma vez por mês. Conforme a assistente social Silvia Amaral, uma das idealizadoras do projeto, o resultado foi positivo, e os apenados solicitaram mais encontros durante o mês. 

"A ideia é educar para a não violência contra a mulher, a partir de um trabalho desenvolvido por vieses psicológico, social e jurídico, promovidos pelas instituições parceiras e apoiadoras", explicou Silvia. O participante do projeto poderá, a partir da disponibilidade de tratamentos, ser encaminhado para os serviços de psicologia e, se for o caso, para tratamentos contra drogadição e alcoolismo.

Causas e prevenção
A diretora da penitenciária, Elaine Lurdes Kunkel, informou que a iniciativa pretende trabalhar também a comunicação, assertividade, gestão da raiva, entre outras, "para promover a conscientização das externalidades negativas da discriminação de gêneros, como forma de aprimorar as ações voltadas à prevenção desse tipo de violência e, sobretudo, à reincidência específica", concluiu.

Lei Maria da Penha
A Lei nº 11.340/2006 prevê a intervenção junto aos homens condenados por crimes de violência doméstica, já reconhecendo a importância desse tipo de intervenção no tratamento da violência doméstica e familiar contra a mulher. A direção da penitenciária disponibilizou uma sala para atendimentos, exibição de filmes e dinâmicas de grupos, própria para trabalhar atividades destes grupos. O monitoramento do projeto será feito mensalmente.

Texto: Neiva Motta
Edição: Redação Secom