Pescadores fazem mutirão de pesca à palometa
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Neste sábado (23) e domingo (24), cerca de 50 pescadores da Fronteira Oeste, participam de pesca embarcada à espécie predatória palometa, na Barragem Sanchuri, em Uruguaiana. O Terceiro Canto e Pesca à Palometa, nome dado ao evento, é organizado pela Associação de Moradores da Barragem Sanchuri, com apoio da Prefeitura Municipal de Uruguaiana e da Emater/RS-Ascar. A jornada é fiscalizada tecnicamente pelos clubes Martin Pescador e Clube Naval de Uruguaiana. A atividade pesqueira deste final de semana tem a autorização do Ibama e será permitida apenas aquela praticada com linha. É para combater a proliferação das palometas que são organizados eventos de pesca embarcada para a retirada de milhares de quilos desse peixe da barragem, explica a integrante da Associação de Moradores da Barragem Sanchuri, Elisângela Silva Ferreira. A intenção dos pescadores é retirar do local mais de dois mil exemplares do peixe. Conforme Elisângela, se depender do nível da água da Barragem Sanchuri, a pesca estará facilitada. O nível está baixo e o tempo quente, afirma. Peixes de outras espécies serão devolvidos à água, segundo os organizadores. Em anos anteriores, foram retiradas quase 3,5 mil unidades, através de eventos semelhantes. As palometas se reproduzem com maior rapidez devido à falta da espécie de peixe Dourado nas águas da barragem, por onde elas comem as traíras e espantam os turistas, explica Elisângela. Entre os anos 80 e 90, éramos notícia nacional quando as palometas atacavam constantemente os banhistas, conta a moradora. Paralelamente ao evento de pesca, haverá o Canto à Palometa. A apresentação das músicas será realizada, no Restaurante dos Motoristas, a partir das 20h, do sábado (23). Destino da palometa Depois de pescados, os peixes retirados da Barragem servem como matéria-prima para geração de renda, utilizada pelo Projeto Palometa, da Associação Comercial e Industrial de Uruguaiana. O programa consiste em aproveitar todo o conteúdo que a palometa pode oferecer. A pele da palometa é doada à cooperativa das artesãs, explica Elisângela. A carcaça da palometa é rica em proteínas e negociável com empresas que produzam alimentos e confecção de roupas de couro e artigos em geral. A hipófise, glândula sexual do peixe, serve para a inseminação de peixes de outras espécies e é valorizada no mercado internacional e considerada um produto caro no Brasil, cuja grama custa cerca de R$ 30,00. Existe mercado comprador no Japão para os produtos feitos de couro de palometa, ressalta a moradora da vila da Barragem Sanchuri.