Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Início do conteúdo

Pesquisa avalia impactos do PIM nos índices de bem-estar da população

Na primeira etapa, participam do estudo famílias com crianças menores de três anos de nove municípios

Publicação:

Serão acompanhadas três mil crianças, de até três anos de idade, para avaliar os impactos do PIM ao longo de suas vidas
Serão acompanhadas três mil crianças, de até três anos de idade, para avaliar os impactos do PIM ao longo de suas vidas - Foto: Marília Bissigo

Os resultados de curto, médio e longo prazos do Programa Primeira Infância Melhor (PIM) serão analisados por meio de pesquisa inédita no Brasil que começa a ser realizada neste ano no Rio Grande do Sul. Trata-se de parceria entre a Secretaria da Saúde (SES), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal. O estudo científico foi apresentado pelo professor André Portela, pesquisador da FGV, às equipes do PIM de Porto Alegre e Viamão em agendas que incluíram reuniões e visitas domiciliares.

André Portela explicou que o trabalho seguirá a metodologia de avaliação experimental de programas e projetos sociais, que permite identificar os impactos causais do programa sobre os beneficiários e prevê resultados iniciais já nos primeiros três anos. Serão acompanhadas três mil crianças, de até três anos de idade, para avaliar os impactos do PIM ao longo de suas vidas na saúde, no desenvolvimento motor, cognitivo, socioemocional, educacional, de comunicação e linguagem e no mercado de trabalho.

O professor disse que "boas intervenções na primeira infância podem compensar as condições desfavoráveis com as quais crianças em situação de vulnerabilidade social chegam na escola, conferindo grandes efeitos na vida adulta, inclusive com a potencialização de talentos". Ele afirmou que todas as áreas de pesquisa social e de neurociências apontam para o fato de que a primeira fase da vida é crucial  para o desenvolvimento do indivíduo.

Pesquisas semelhantes, que buscaram avaliar índices de bem-estar da população a partir de evidências científicas, já foram realizadas nos Estados Unidos, na década de 1960, e na Jamaica, nos anos 1970. “Esses estudos despertaram  o esforço de entidades, governos e instituições em desenvolver programas nessa área. Dessa forma, o PIM é pioneiro em larga escala no Brasil”, informou.

Para a coordenadora do PIM, Gisele Mariuse Silva, "essa avaliação é importante porque vai ajudar a visualizar os ajustes necessários no programa de forma a melhor atender ao objetivo de auxiliar as famílias na promoção do desenvolvimento integral de suas crianças desde a gestação até os seis anos incompletos".

Na primeira etapa, participam da pesquisa famílias com crianças menores de três anos de nove municípios: Estância Velha, Estrela, Lagoa Vermelha, Palmeira das Missões, Piratini, Porto Alegre, Serafina Corrêa, Uruguaiana e Viamão.

Pesquisadores

André Portela
Professor da Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas; coordenador do Centro de Microeconomia Aplicada (C-Micro); e diretor do Centro Regional para Aprendizagem em Avaliação e Resultados para o Brasil e África Lusófona (Clear). Pesquisador do CNPq.

Pedro Carneiro
Professor titular da Universidade College London, no Centro de Economia de Pesquisa para Métodos e Prática de Microdados; professor convidado na Universidade College London; professor visitante na Universidade Georgetown; economista visitante no Banco Mundial; doutor em Economia na Universidade de Chicago.

Ricardo Paes e Barros
Economista-chefe do Instituto Ayrton Senna; professor titular da Cátedra Instituto Ayrton Senna no Insper; e coordenador do Núcleo Ciência para Educação do Centro de Políticas Públicas (CPP). Graduado em Engenharia Eletrônica pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), com mestrado em Estatística pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e doutorado em Economia pela Universidade de Chicago. Pós-doutorado pelo Centro de Pesquisa em Economia da Universidade de Chicago e pelo Centro de Crescimento Econômico da Universidade de Yale.

Texto: Ascom SES
Edição: Sílvia Lago/Secom

Portal do Estado do Rio Grande do Sul