As características econômicas e socias do Rio Grande do Sul e o modelo de desenvolvimento do Governo do Estado, com destaque para a nova Política Industrial, foram apresentadas para dezenas de empresários espanhóis na reunião na Confederação Espanhola de Organizações Empresariais (CEOE), na manhã de sexta-feira (4), em Madri (Espanha). Com o título Setores Prioritários para cooperação empresarial Espanha-Brasil no Estado do Rio Grande do Sul, o encontro atraiu empresas com interesse em expandir os investimentos na América Latina. Presentes empresários do setor de energia eólica e da construção pesada, entre outros, que atuam ou atuaram em solo gaúcho.

O governador Tarso Genro destacou os setores estratégicos do Estado e os estímulos que estão sendo concedidos para que novas empresas se instalem em diferentes regiões, além do fomento para que as já instaladas ampliem seus negócios. Além dos incentivos fiscais, Tarso ressaltou o RS Tecnópole, programa que disponibiliza recursos para criação e ampliação dos parques tecnológicos, a qualidade, agilidade e saúde financeira do Banrisul e do Badesul na concessão de financiamentos para a iniciativa privada e o Pacto Gaúcho Pela Educação, que qualificando a mão de obra para atender interesses específicos das cadeias produtivas.

Já o secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), Mauro Knijnik, apresentou os resultados obtidos pela Sala do Investidor, que reúne vários órgãos do Estado para facilitar, acelerar e desburocratizar a consolidação de um novo investimento. Estamos em passos acelerados para nos tornarmos um Estado altamente desenvolvido, defendeu Knijnik.

Os empresários espanhóis reclamaram da carga tributária e excesso de burocracia, como para liberação de licenças ambientais e em processos licitatórios, alegando que são os maiores entraves para instalação dos negócios. Tarso Genro conheceu as dificuldades e defendeu uma atualização da legislação brasileira. Porém, reafirmou que a Sala do Investidor tem proporcionado a criação de medidas compensatórias que viabilizam a sustentabilidade dos investimentos.

Apesar de saberem que o Brasil ainda precisa de reformas, nenhum dos empresários colocou essas questões como impedimento para aprofundar a relação conosco. Eles sabem que o Brasil é um país emergente, forte, e o Rio Grande do Sul tem uma base produtiva extremamente importante e diversificada que o torna ainda mais atrativo, disse Tarso ao final da reunião.

O Rio Grande do Sul é um dos Estados mais importantes para a Espanha e temos uma estreita relação com o governo. Existem dificuldades, mas cas oportunidades de negócios são muito mais importantes do que os problemas. Os empresários espanhóis que atuam no Rio Grande do Sul, por exemplo, afirmam que é um dos três melhores Estados para se investir no Brasil, afirmou José García-Morales, diretor de Relações Internacionais da CEOE.

As aéreas que mais despertam interesse dos espanhóis são energia eólica, indústria naval, petróleo e gás e infraestrura e logística. No caso da produção de energia eólica, o coordenador de Relações Internacionais do Governo do Estado, Tarson Núñez, lembrou que o Estado está firmando parcerias com o Uruguai e estados argentinos para fornecimento de energia. Vamos estabelecer o Rio Grande do Sul como espaço privilegiado para que os espanhóis tenham o nosso território como um local de investimentos, mas também de integração.

A Confederação Espanhola de Organizações Empresariais irá organizar uma missão empresarial, ainda este ano, ao Rio Grande do Sul.

Texto: Guilherme Gomes
Foto: Caco Argemi
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