Posse Secretário de Administração ELÓI GUIMARÃES - PALÁCIO PIRATINI
Publicação:
Bom dia a todos os presentes nesta data festiva, mais uma data festiva que celebramos aqui no nosso Salão Negrinho do Pastoreio neste janeiro, em primeiro lugar mandando toda a minha solidariedade às comunidades que no Sul vão por sua vez de Pelotas a Turuçu, Arroio do Padre, vítimas de um evento climático, pelo qual devemos sempre esperar. Pelo menos nos últimos seis anos o clima tem dado demonstração de que esse ciclo será longo e temos que ter não apenas a solidariedade, mas os instrumentos para auxiliar que essas comunidades se recuperem, todas as obras possam vir a ser feitas, daquilo que a natureza tomou para si de volta. Quero, na data de hoje, abdicar de nomear as autoridades aqui presentes, exceto o nosso vereador Elói Francisco Guimarães, que diz que tem, quando é dito o seu nome, outros nomes de família que fazem o nome completo ser do tamanho da esperança do pobre. É um nome enorme e a ele devemos sempre prestar atenção. Qual a esperança que no dia de hoje alimentamos e alimentamos em nome de quem.
Também citando os demais poderes que aqui citarei na verdade por fatos que ocorreram recentemente aqui neste Palácio com visitas que recebemos, com cartas que recebemos, com telefonemas que recebemos, com retorno que temos dado. O nosso subprocurador-geral de Justiça do Estado, nosso doutor Anísio, ouvirá um pouco dessa história. Assim como o prefeito em exercício, assim como a Maria de Fátima Zácha Palludo, assim como a querida Eliana Graeff Martins, assim como a Câmara dos Vereadores, com o nosso Sebastião. Eu quero aqui citar os federais como um bloco, os estaduais como um bloco, retorno do Tribunal de Contas do Estado, para o qual o conselheiro João Luiz Vargas traz de novo aqui a sua presença e o seu apoio, aos meus secretários de Estado, os responsáveis pelas vinculadas das secretarias e que são muitas, as entidades de classe aqui presentes e os familiares do meu secretário vereador Elói Guimarães. Quando pedi que subíssemos para testemunhar a maneira gaúcha, ou pela palavra, ou pelo olhar, a assinatura do secretário vereador Elói Guimarães à carta de compromisso, o fiz porque ele foi um daqueles homens e mulheres de saber que redigiram a carta, e portanto ele está assinando um documento que trouxe ao Rio Grande do Sul quando encerramos os trabalhos do Gabinete de Transição.
Quero dar porte a essa carta compromisso, porque toda vez que ouço meu cerimonial, o Christian ler a carta, é tudo que continuamos a fazer depois que nos compromissamos a fazê-lo com a população, Governo do Estado e a base aliada. Firmar a carta compromisso elaborada por ele próprio não é mais do que manter o rumo, sabendo de que lado os ventos sopram. Quero citar a minha querida secretária Maria Leonor, quando ela disse não sei se estive à altura do desafio, claro, todo mundo olhou para ela e disse esta altura guarda uma gigante. A Secretaria de Administração, na reorganização administrativa que a Assembléia aprovou para nós ao início do ano de 2007, se transformou numa secretaria-chave, gigante. Várias organizações que tratam de recursos humanos e administração foram estar sob a responsabilidade das mãos firmes e delicadas da secretária Maria Leonor. Quero lhe agradecer porque, quando conversamos, eu disse que este governo só tem que crescer. Não crescer em tamanho, mas uma vez jogadas as raízes no solo que resultaram no déficit zero, no grande ajuste com investimentos prometidos ali no PPA, no Plano Plurianual de 2007 aprovado pela Assembléia, com 7% da receita corrente líquida em investimentos, um por um nominados no nosso orçamento, brotavam os primeiros resultados e a colheita poderia começar a ser feita.
Em época de colheita, precisamos de mais mãos. E precisamos daquelas que ajudaram a semear, para compor a tarefa que vem adiante ainda para nós, e com a grandeza que a caracteriza, ela aceitou. Então nós estamos ganhando o vereador Elói Guimarães agora como secretário vereador. Estamos fazendo permanecer o rumo, qualquer que seja o vento que sopre através da querida Maria Leonor. Sabia eu que ia dar solenidade à posse do vereador Elói Guimarães. Acompanhava desde então as notícias que me chegavam a cada pouco do evento climático triste que se abateu ali na nossa Região Sul. Sabia que daria posse a um gaúcho de quatro costados. A um trabalhista de quatro costados. E fui buscar que livro me inspiraria pra data de hoje. Pois é um livro de Luiz Coronel e do tetraneto de Bento Gonçalves, editado ali em setembro de 2008 que trata em versos, das mais diversas formas, da Revolução Farroupilha, sem esconder-lhe a verdade, as forças e as fraquezas. Li, tomei algum tempo para ler e queria começar a ler outra vez. Porque ali estão as características básicas de raiz desta nossa terra. Minha e de vocês. São características que o Caderno de Cultura de sábado da Zero Hora colocou também com análise de pleno conteúdo e de muita força.
Falava na relutância do gaúcho em mudar. Pelo apego que tem aos seus valores, e quando muda, muda mantendo as raízes e para valer. É inspirada naquilo que escrevera, foram três grandes artigos, o Caderno de Cultura de sábado passado, e no livro de Luiz Coronel e do tetraneto de Bento Gonçalves que eu pedi e tive uma redação que eu quero honrar. No momento em que se avizinham ameaças ao emprego, nada melhor do que trazer para mais perto do governo um trabalhista de quatro costados. A biografia do secretário Elói Guimarães foi construída desde sempre sobre as bases de um ideário que vê na oportunidade de trabalho uma forma de garantir a dignidade da pessoa humana. Buscamos fazer isso, secretário, na reorganização de governo quando criamos a Secretaria de Justiça, que colocaria as políticas públicas dos direitos da pessoa e da sociedade. E da Secretaria de Administração e Recursos Humanos para os recursos humanos do próprio Executivo. Pois o Estado presenteou o Brasil com os maiores líderes que construíram a idéia e o símbolo do trabalhismo no Brasil.
Tanto o Getúlio Vargas quanto o Leonel Brizola, ao qual eu quero dedicar o Museu da Legalidade, fruto de um trabalho coletivo mas de uma liderança, sim. Desde aquele tempo os nomes ficam e os partidos mudam. Nós vivemos um período com dois partidos. Quando eles renasceram, eles renasceram diferentes, novos para um mundo que tinha mudado, como hoje. Não sou eu, somos todos que dizemos, e pela voz de Barack Obama repetimos, se o mundo mudou, nós temos que mudar, sem mudar nossos valores. É isso que guia este governo, meu caro secretário vereador Elói. Grandes conquistas aconteceram, o mundo mudou, essas conquistas têm que permanecer mudando. Foi muito difícil, sem dúvida, incluir a pauta das reformas no governo que enfrentava no campo federal um mundo sem muros, sem fronteiras, mundo que traria, como hoje, novos problemas e desafios. As diferenças entre as partes se manifestam no religioso, se manifestam no econômico, se manifestam em todas as áreas. Depois desta crise, o mundo será diferente de quando a crise começou. Não há a menor dúvida de que nós vamos ter que olhar, tentar ver o futuro e antecipar que mundo é esse que nós vamos enfrentar. No momento, enfrentar o que pode um governo, a liderança dos seus, as federações, os sindicatos, para evitar perda de dignidade que advém do desemprego. É isso que estamos fazendo todos, no mundo inteiro. Não tem um que deu o passo primeiro, o primeiro passo quem deu foi a crise. E ela galopa nos índices de desemprego, presentes no mundo inteiro principalmente a partir das multinacionais mas cujo reflexo é muito grande no Brasil industrial e com isso em todo o Brasil.
O Elói é um político vocacionado, visionário. Chega a um governo de mesma característica, nós procuramos ver o futuro e com essa visão de futuro moldar as ações cotidianas do nosso governo. Mas eu quero lembrar que também fez carreira como servidor público concursado. É essa dúplice experiência que queremos incorporar ao cotidiano do governo a partir da Secretaria de Administração e Recursos Humanos. Eu vejo com muito gosto, e gosto que eu quero que pratiquem todos, aqueles que foram uma ampla coligação neste governo, a reafirmação trabalhista da Maria Leonor. A identificação trabalhista no discurso do vereador Elói. A mesma coisa deve ser pra peemedebistas, tucanos, progressistas. Os nossos do PPS que terão uma oportunidade de mostrar porque que nós estivemos juntos lá no campo federal, quando unimos PPS, PDT, PSDB e DEM, hoje DEM, para compor uma oposição que propusesse. Estivemos juntos o tempo todo nas mais diversas discussões para tornar o Brasil o que ele é hoje, um Brasil respeitado. Apoiamos todas as teses, assim como o presidente Lula apoiou, de que primeiro é respeitado o país que não tem inflação, e para não ter inflação, não adianta fazer um decreto.
Para não ter inflação há que mudar as relações sociais de tal maneira que seja uma conquista coletiva, não deixar a inflação corroer as relações entre as pessoas. Estamos juntos agora e para tudo que confere o bem do Rio Grande do Sul, estamos juntos com todos que não nos faltaram na Assembléia Legislativa quando a questão era Rio Grande do Sul.. E essa mesma Assembléia Legislativa fez florescer a opinião e várias das nossas propostas não foram aceitas. As que não foram aceitas foram por divergência de opinião, de idéia, mas quando se tratou do Rio Grande do Sul, a unanimidade ou a grande maioria se fez presente. Agora com a sua capacidade, mas eu quero citar principalmente aquilo que nos identifica. Fazer do trabalho uma alegria. Alegria que nos trouxe o vereador Elói Guimarâes, presidente então do PTB, durante o nosso Gabinete de Transição, foi algo que sustentou um período essencialmente difícil. E se difícil era, a alegria que é uma fonte, podem tirar um pouquinho do que a fonte colocou aí para fora, mas a fonte continua vibrando, a alegria que ele nos trouxe em dizer que belo momento vive o Rio Grande do Sul, apesar do peso que isso trouxe aos nossos ombros naquele momento.
Não podíamos falhar, não podíamos errar, obrigada sempre a todo o gabinete, a toda a base partidária que nos auxiliou sob a coordenação do Daniel Andrade. Essa sua capacidade passa a servir diuturnamente ao Rio Grande do Sul na forma de comandante da Secretaria de Administração e Recursos Humanos. A Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre vos empresta a nós a partir de hoje. Empresta um dos melhores quadros e disputado quadro, que o diga o Fogaça. Ganha o Estado, através dessa mesma capacidade. Conversamos muito durante todo esse período e a carta compromisso diz que temos que avançar nas reformas, e elas passam sim pela discussão da câmara de gestão, na qual a Secretaria de Administração tem grande peso. E passa pela discussão pública. Quando eu digo discussão pública, todos devem ser chamados. Os estruturantes, que são a marca deste governo, e muito poderemos e iremos discutir sobre o que significa uma técnica, que num manifesto de marca que nós buscamos fazer em algumas reuniões internas, é reconhecendo o Rio Grande do Sul e associando este governo do Estado do Rio Grande do Sul àqueles valores de raiz que o Rio Grande do Sul tem, estamos honrando.
Este manifesto de marca nós vamos escrever diariamente, e o publicaremos diariamente através dos resultados que vamos apresentar, do modo como enfrentamos os desafios. Mas nós não podemos nem perder um dia, nem cometer um erro, que é o erro da omissão. Os demais erros são normais, do ser humano, das organizações, das instituições, mas o da omissão não nos pertence. A pauta das carreiras públicas, das carreiras de servidores, a pauta do aprofundamento do investimento com priorização àquilo que hoje seja necessário fazer a partir de um orçamento equilibrado, com déficit zero, com investimentos amplos, 7% da receita líquida, é uma pauta de decisão coletiva, e ela se baseia em valores. O meu secretário vereador traz em si, na sua fala, na sua alegria os valores que guiaram toda a história deste Estado. Reafirmando que não há modernização sem o ser humano, eu quero com muita alegria compartilhar com vocês este último período que aconteceu aqui em janeiro, em que através dessas visitas, dessas cartas, desses telefonemas, desses convites que nós temos recebido, para dizer como Rio Grande do Sul brecou a roda que estava indo para trás por falta de capacidade de financiamento e fez a roda virar ao contrário.
Ainda fizemos muito pouco, nós temos que reconhecer que fizemos pouco, mas fizemos o principal. Mudamos a direção do giro da roda. Eu quero ressaltar aqui duas visitas que foram públicas. Primeiro a do ministro senador Dornelles. Nascido em São Borja, é gaúcho. Vivido em Minas, é dono de Minas. Politicamente como ministro, tomou conta do Rio de Janeiro. Isso é o ser gaúcho. Pode ir aonde quiser, mas leva consigo os seus valores. E deve saber receber aqueles que, de modo admirável, vieram lá no passado e continuam vendo, escolhendo o Rio Grande do Sul para colocar os seus investimentos, as suas vidas, ter seus filhos, ter seus netos. Pois o ministro Dornelles, com a sua primeira especialidade de economista, mas com a sua educação e a sua memória impressionante, ele só disse assim: quando foi que se percebeu concretamente a possibilidade do déficit zero, já que ninguém no Brasil, e no Rio Grande do Sul cada um vivendo a sua vida?. Teciam dúvidas, grandes dúvidas sobre isso. E eu citei um desses momentos registrados para a história do Rio Grande do Sul, em que atravessamos a rua do Tribunal de Contas, Ministério Público, Tribunal de Justiça, Procuradoria Geral, Defensoria Geral, fomos até a Assembléia Legislativa porque todos juntos tínhamos pactuado o congelamento dos investimentos e do custeio e um aumento no gasto com pessoal igual pra todos de 5,76%, estava garantido o déficit zero.
A surpresa dele foi imensa. Mas acontece isso no Brasil? Eu disse não sei, eu vou começar a andar pelo Brasil, mas no Rio Grande do Sul aconteceu. E foi uma data memorável porque a coletividade, o coletivo do Rio Grande do Sul através dos seus Poderes decidiu que a conquista do déficit zero é uma conquista para todos. Uma conquista que precisou de coragem, uma conquista diferente e uma conquista que permite que a gente faça melhor aquilo que já fizeram muito bem durante toda a história todos os nossos líderes levados pelo povo gaúcho. Soube que, saído daqui, ele deflagrou pelo menos 40 telefonemas. Para o presidente da Câmara, para o candidato a presidente da Câmara, para o presidente do Senado, para o candidato a presidente do Senado, para o presidente do nosso partido, PSDB. Ele deflagrou uns 40 telefonemas e contou o que viu. É isso que nós queremos fazer na nossa comunicação de governo. Contar ao povo o que nós estamos vendo e vivendo, de maneira que a auto-estima permaneça sempre num crescendo como eu tenho visto.
Tive também a visita do deputado presidente do DEM, Rodrigo Maia, jovem deputado, corajoso deputado, economista, que também me fez algumas perguntas e a todas elas eu respondia, foi decisão política, foi negociação política, e todos empreenderam o caminho para o ajuste fiscal, investimentos que permitam fazer melhor e mais, fruto dos impostos que são arrecadados. Eu contando, meu caro secretário vereador, dessas visitas, estou contando do feito. Mas aqueles que escolhem a liberdade e a buscam através da verdade, e a verdade se constrói, ela não está dada, ela tem que ser mostrada. Quem como nós escolhe a liberdade, não só a que temos mas as que de todas as formas são liberdade, poderemos dar àqueles que não nasceram aquinhoados com ela, está ali a história dos porongos, está ali a história de tudo no livro do Luiz Coronel, gostaria eu de poder citar. Escolhemos a liberdade de trabalhar para o bem coletivo, para o bem público e é isso que nos realiza. Bem-vindo, portanto, meu secretário vereador Elói Guimarães. Boas férias, minha secretária Maria Leonor. E até a volta, quando estaremos juntos aprofundando tudo aquilo que de estruturantes e reformas o Rio Grande do Sul ainda precisa. Muito obrigada.