Preservação do Aqüífero Guarani passa por investimentos em saneamento ambiental
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O secretário das Obras Públicas e Saneamento, Frederico Antunes, disse hoje (05) que não será possível melhorar os índices de saúde do Rio Grande do Sul, caso não haja investirmos antes em saneamento ambiental. A afrimação foi feita durante o painel promovido pela Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento da Assembléia Legislativa. O evento, realizado no auditório Dante Barone, discutiu a necessidade de preservação da Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai e do Aqüífero Guarani, considerada a maior reserva de água doce subterrânea do planeta, com capacidade para abastecer 360 milhões de pessoas indefinidamente. Frederico admitiu que os índices de saneamento do Brasil são muito baixos e salientou a necessidade de maiores investimentos na área. O secretário lembrou que apesar do país ter água em abundância, nem sempre ela é potável e de qualidade. Isso, segundo ele, significa que 12 milhões de pessoas não têm acesso à água potável e outras 43 milhões não dispõe de esgoto tratado. O Brasil precisa hoje de R$ 190 bilhões para levar água potável e esgoto a todos os cidadãos, mas neste ano investiu pouco mais de R$ 1,1 bilhão. Neste ritmo, o governo federal não vai conseguir atingir esta meta nem no prazo de 20 anos, revelou. Antunes frisou, entretanto, que a situação não é muito diferente no Rio Grande do Sul, onde anualmente morrem mais pessoas vítimas de doenças relacionadas a qualidade de água do que por contaminação pelo vírus HIV, transmissor da Aida. Cerca de 35% dos gaúchos sequer têm coleta de lixo e a cada ano 600 mil pessoas sofrem com as enchentes, que provocam prejuízo superior a R$ 49 milhões. Nós gaúchos, nos gabamos de termos a melhor qualidade de vida do país, mas quando olhamos para estes números impressionantes vimos que muita coisa ainda precisa ser feita, ressaltou. O secretário defendeu ainda a união dos três estados da Região Sul e dos países do Mercosul para definir ações que visem a preservação da Bacia do Rio Uruguai, e por conseqüência, o Aqüífero Guarani, que ocupa uma área de 1,2 milhões de quilômetros quadrados, estendendo-se pelo Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. A maior ocorrência se dá em território brasileiro, abrangendo sete estados. Precisamos buscar recursos nos organismos nacionais e internacionais para realizar estudos buscando a preservação deste verdadeiro tesouro que é o Aqüífero Guarani, mas também para obras em saneamento, como água, tratamento de resíduos sólidos e drenagem urbana, concluiu Antunes.