Um dos biomas mais importantes do planeta, a Mata Atlântica ocupava, no século 16, início da colonização, 13 milhões de hectares ou 47% do território do Rio Grande do Sul. Agora está reduzida a 500 hectares, pouco mais de 2%. Para recuperar e preservar este patrimônio, o Governo do Estado implementou, a partir de 2003, programa em parceria com o banco alemão Kfw. O Programa Mata Atlântica Sul atua em 11 unidades de conservação, entre federais, estaduais e municipais, atingindo 13 mil quilômetros quadrados em 28 municípios da Região Nordeste do Estado. A área abrangida pelo programa é onde se localizam as nascentes de rios fundamentais para as reservas de água do Rio Grande do Sul como Sinos, Caí, Guaíba e Tainhas. O governador Germano Rigotto tem acompanhado o desenvolvimento do projeto e destaca sua importância e atenção que o Estado para a preservação ambiental. A Mata Atlântica é apontada como um dos mais importantes refúgios da biodiversidade do planeta. Ao mesmo tempo, lamentavelmente, está entre os ecossistemas mais ameaçados. O projeto mostra mais uma vez o pioneirismo do Estado na adoção de políticas públicas voltadas ao gerenciamento ambiental, disse. Recursos Pelo convênio com o banco alemão, seis milhões de euros estão sendo liberados, a fundo perdido até 2007, com quatro milhões de euros como contrapartida do Governo do Estado, especialmente com mão-de-obra. Do total, cerca de 2 milhões de euros já foram investidos e 1,3 milhão estão em fase de licitação. O projeto, supervisionado por uma consultoria independente, é fruto do trabalho conjunto da Secretaria do Meio Ambiente, Polícia Ambiental da Brigada Militar, Fundação Estadual de Proteção ao Meio Ambiente (Fepam), Fundação Zoobotânica, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e prefeituras da região da Mata Atlântica, além do Governo do Estado e do Kfw. Com a entrada dos recursos, uma das primeiras medidas dos projetos foi o aparelhamento do Batalhão de Polícia Ambiental e das unidades de conservação com caminhonetes para o patrulhamento, além da compra de equipamentos de informática para as unidades, o batalhão e a secretaria. O Mata Atlântica Sul também adquiriu imagens de satélite para fazer um mapeamento da região e entregou cópias para os municípios incluídos no programa. Os mapas existentes eram antigos. Banhados e córregos registrados ali deixaram de existir, enquanto que estradas e passagens foram abertas sem que estivessem marcadas, explica a coordenadora executiva do Programa Mata Atlântica Sul, Vera Pitoni. O programa prevê também a inclusão das comunidades do entorno das áreas protegidas no processo de conservação ambiental. As comunidades recebem orientação sobre atividades econômicas que elas podem realizar sem danificar o ecossistema, como a coleta de pinhões e samambaia-preta, por exemplo. Ecoturismo Outra ação realizada pelo Mata Atlântica Sul são os estudos fundiários nas áreas protegidas, que determinam que áreas pertencem ao Estado e quais precisam ser desapropriadas. No estágio atual do programa, já foi finalizado o estudo do Parque Estadual de Itapeva, em Torres, e estão em fase de conclusão os dos parques Estadual do Tainhas, em São Francisco de Paula, e os estadual e federal da Serra Geral, na região de Maquiné e Cambará do Sul. Está em andamento também o plano de turismo para a região da Mata Atlântica Sul. O projeto será viabilizado por parcerias com organizações não-governamentais para criar rotas de ecoturismo. Para isso, está sendo feito um levantamento de pousadas e de pontos importantes como cachoeiras, vegetação, acidentes geográficos que possam ser explorados. Projeto Mata Atlântica Sul Municípios na área de abrangência: Arroio do Sal, Cambará do Sul, Canela, Capão da Canoa, Caraá, Dom Pedro de Alcântara, Gramado, Igrejinha, Imbé, Itati, Jaquirana, Mampituba, Maquiné, Morrinhos do Sul, Osório, Riozinho, Rolante, Santo Antônio da Patrulha, São Francisco de Paula, São José dos Ausentes, Taquara, Terra de Areia, Torres, Tramandaí, Três Cachoeiras, Três Coroas, Três Forquilhas e Xangri-Lá Unidades de Conservação incluídas: Estaduais Reserva Biológica Estadual da Serra Geral, municípios de Maquiné, Itati e Terra de Areia Reserva Biológica Estadual da Mata Paludosa, em Itati Estação Ecológica Estadual de Aratinga, municípios de São Francisco de Paula e Itati Parque Estadual de Itapeva, em Torres Parque Estadual do Tainhas, municípios de Cambará do Sul, São Francisco de Paula e Jaquirana Área de Proteção Ambiental Rota do Sol, municípios de Cambará do Sul, Itati, Maquiné, São Francisco de Paula e Três Forquilhas. Municipais Área de Proteção Ambiental do Município de Riozinho Área de Proteção Ambiental do Município de Caraá Área de Proteção Ambiental do Morro de Osório, em Osório. Federais Parque Nacional dos Aparados da Serra, em Cambará do Sul Parque Nacional da Serra Geral, em Cambará do Sul.