O resgate da cultura e a valorização do negro acontecem junto a sua estética e um dos pontos relevantes nessa relação são os cabelos. Em um passado não muito distante, os fios crespos eram vistos como uma parte frágil de negros e negras, tendo se tornado a raspagem dos cabelos na época da escravidão uma prática comum. Para os escravos, porém, este ato equivalia à mutilação, uma vez que o cabelo é uma das marcas de sua identidade. E falar sobre cabelo crespo é, com certeza, passar por aspectos sociais, culturais e políticos da história do povo negro no mundo todo.

O Programa Nação exibe, a partir da segunda-feira (30), às 20h30, uma série especial de três episódios, que abordam a beleza negra. Junto aos programas, a atração também está divulgando no Facebook a campanha euvalorizomeuscachos e convidando os telespectadores a enviar fotos de seus crespos para serem mostradas durante a série. Acesse o vídeo da campanha aqui para saber como participar.

No primeiro episódio, o Nação destaca a história dos cabelos, significados dos penteados, a trança e o rasta como afirmação da identidade. Também são abordados os tratamentos estéticos para os cabelos crespos e os cuidados que pessoas negras devem ter com os fios. O programa também apresenta quais são os principais problemas que ocorrem na pele negra e quais são os tratamentos mais recomendados. E ainda, os tipos de maquiagens mais adequadas à pele negra, com relação a cor, estilo etc.

No segundo episódio, que vai ao ar na segunda-feira (7 de julho), às 20h30, têm destaque as questões de gênero e identidade da mulher negra. Como ela se vê diante da sociedade, por que tantas mulheres negras têm vergonha da sua cor, seu cabelo e suas características físicas, qual o motivo para que  pessoas negras não se achem bonitas e se comparem a padrões de beleza “brancos”. Roupas, modelos negros e a influência da ancestralidade africana na moda.

No terceiro episódio, exibido na segunda-feira (14 de julho), às 20h30, é tema a questão da mulher negra utilizada como objeto sexual. Como acontece a exploração e distorção em comerciais da Copa do Mundo, por exemplo. O Nação reproduz trechos do filme Vênus Negra, que aborda a história de Saartjie Baartman, trazida da África do Sul como escrava de Caezar e sendo obrigada a exibir seu corpo ao público londrino nas feiras de aberrações. Será feito um debate com o Núcleo de Mulheres da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e com as meninas do Negração.

O Nação tem horário alternativo nas madrugadas de sábado para domingo, às 1h15. O programa é apresentado por Fernanda Carvalho, tem produção de Vera Cardozo e apoio de Miriã Isquierdo. 

Texto: Anahy Metz
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305