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Projeto Marcas da Memória demarca locais de tortura durante a ditadura militar

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PORTO ALEGRE, RS, BRASIL 11.08.2016: Acompanhado da secretária Extraordinária de Políticas Sociais e da Justiça e dos Direitos Humanos, Maria Helena Sartori, o governador, José Ivo Sartori, recebeu em audiência, na tarde desta quinta-feira (11), o
Para o governador, a demarcação desses locais resgata momentos dramáticos da história - Foto: Luiz Chaves/Palácio Piratini

A colocação de placas em passeios públicos diante de três prédios estaduais, ligados à violação dos direitos humanos durante o período militar, foi autorizada pelo governador José Ivo Sartori nesta quinta-feira (11), no Palácio Piratini. O documento foi assinado também pela secretária de Justiça e Direitos Humanos, Maria Helena Sartori. A iniciativa integra o Projeto Marcas da Memória, uma parceria do Movimento de Justiça e Direitos Humanos com a Prefeitura de Porto Alegre, que marca com placas os locais de repressão durante a ditadura militar. 

Para o governador Sartori, a demarcação desses locais resgata momentos dramáticos da história. "Essa iniciativa promove uma reflexão sobre o assunto", avaliou. 

Segundo dados do IBGE, 75% da população brasileira atual não era nascida durante o período do golpe militar. "Nós privilegiamos esse projeto pensando nas novas gerações", explicou o presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke. 

A primeira ação do programa no âmbito estadual (7ª do projeto) será a placa a ser instalada nesta sexta-feira (12), Dia Nacional dos Direitos Humanos, em frente ao Presídio Central de Porto Alegre. Na sequência, em 30 de agosto, Dia Internacional do Preso Desaparecido, o ato ocorre em frente ao Cais da Vila Assunção, onde atualmente funciona um setor do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Neste lugar, os presos políticos do regime militar (anos 60) eram transportados por barcos para detenção na Ilha do Presídio. O terceiro prédio estadual do projeto é a Penitenciária Feminina Madre Pelletier, com evento previsto para 4 de outubro, Dia Mundial da Anistia. 

Sobre o projeto Marcas da Memória

O projeto Marcas da Memória prevê a identificação dos locais que abrigaram tortura durante a ditadura militar (1964-1985). A intenção é tornar públicos todos os espaços que foram centros de detenção e tortura, bem como incentivar atividades culturais que propiciem o conhecimento e a reconstrução da memória dessa época. Uma placa com descrição histórica é colocada na calçada de prédios ligados a esse período da vida política brasileira.

Locais que já receberam placas

- Praça Raul Pilla, local do antigo Quartel da Polícia do Exército 

- Calçada em frente ao Colégio Paulo da Gama, local que serviu como Presídio Militar Especial 

- Calçada em frente ao Palácio da Polícia, onde presos políticos foram torturados durante o regime militar e no segundo andar, houve tortura e homicídios nas salas onde funcionaram o Departamento de Ordem Política e Social (Dops/RS) 

- Rua Santo Antônio, 600, onde funcionou o chamado Dopinho, primeiro centro clandestino de detenção do Cone Sul 

- Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), onde foram detidos mais de 300 presos políticos durante o período da ditadura  

- Avenida Bento Gonçalves, em frente ao número 4.592, onde existiu um local da prática de tortura no período de exceção.


Texto: Anamaria Bessil
Edição: Denise Camargo/Secom

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