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Pronunciamento do Governador Germano Rigotto Abertura da IX Convenção da Contabilidade do Rio Grande do Sul - Gramado

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Fiquei muito contente com a possibilidade de nos reencontrarmos nesta noite festiva em que os senhores e as senhoras se congregam, em Convenção, com o intuito de debater temas de relevo para a categoria profissional a que pertencem. Digo que se trata de um reencontro que me faz feliz porque, há muitos anos, parte expressiva dos assuntos que mais me empolgaram na atividade parlamentar estiveram no seu âmbito de especialização e passavam pelo seu nível de conhecimento. E isso nos aproximou¸ fazendo com que contabilizasse tantos amigos entre os contadores e contadoras de todo o Brasil. Seja através do Conselho Regional, presidente Enory Spinelli, seja do Conselho Federal, pude dispor da inteligente e competente contribuição da categoria para orientar minha atuação em temas tributários, fiscais, de transparência das contas públicas e de modernização da gestão pública, que sempre me interessaram. É sobre essa convergência que lhes quero falar, num momento em que me cabe desempenhar as tarefas de governador do Rio Grande do Sul e num momento em que o estado brasileiro se orienta no sentido de profundas transformações. Existem rotinas na atividade de um governador. Mas as rotinas não se confundem com o exercício do governo. Ao contrário, para que o governo possa ser tão criativo quanto deve num período de dificuldades, não basta ao governador matar um dragão por dia. É preciso matar o dragão do mal e construir todo o bem que for possível. Pois um grande bem que penso podermos prestar ao nosso estado - e que constitui um dos eixos de ação do nosso governo - consiste em estabelecer um novo modelo de gestão, modernizando a administração pública e a gerência dos objetivos e programas de governo. E espero contar com a inteligente contribuição do Conselho para essa tarefa. Por outro lado, como afirmei, o estado brasileiro se orienta no sentido de profundas transformações. E aqui surge, portanto, um novo desafio comum a todos nós. É clássica, na filosofia política, a disputa entre o realismo e o idealismo (ou racionalismo). É uma pendenga filosófica de alto nível, que enche as prateleiras das bibliotecas e que afeta, como não poderia deixar de ser, o plano da ação política. Mas quando ali chega, os campos costumam se dividir de um modo muito peculiar. O idealismo, a utopia, o tudo ideal e fácil, vai orientar o discurso e a ação política das oposições, enquanto o realismo, a dureza dos números, inevitavelmente invade as portas e janelas de quem exerce função de governo. Até que mais adiante troquem de lado e de filosofia... Essa é uma quase-regra do jogo político à qual sempre me opus. E creio que deriva daí minha afinidade muito especial com os senhores, as senhoras, e com a atividade que exercem. A contabilidade, a boa contabilidade, lida com o concreto e inclui, entre seus objetivos principais, exatamente o de tornar a realidade visível, medida e a aferida. Esse envolvimento da contabilidade com a realidade -matéria-prima da arte de governar - é tão estreito, que, do trabalho que fazem, é possível elaborar projeções e tornar conhecida até mesmo a realidade futura. Aliás, vi na programação deste Congresso que será apresentado um trabalho cujo título aponta exatamente para isso: Tempos turbulentos impedem previsões? Interessante indagação porque vivemos tempos turbulentos, nos quais homens e mulheres realistas têm missão importante a desempenhar, no sentido de orientar o setor público e privado com o instrumental de conhecimento e informação necessário à tomada de decisões. Este país tem 170 milhões de habitantes e um número quase igual de problemas. Portanto, ajudar os governos a acertar é uma ação profundamente humana e um ideal extremamente nobre. O Rio Grande do Sul e o Brasil contam com seus contabilistas. E pelo muito que já fizeram por mim ao longo de minha vida pública, o meu sincero Muito Obrigado! Mas saibam: continuo precisando de vocês.
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